Brenda Rodrigues, filha de Maria Jandimar Rodrigues, morta durante um procedimento estético, e o viúvo da vítima, Wagner Vinicius, prestam depoimento na 27ª DP (Vicente de Carvalho)Cleber Mendes/Agência O DIA
Publicado 20/12/2021 18:51
Rio - O marido de Maria Jandimar Rodrigues, de 39 anos, paciente que morreu durante uma sessão de hidrolipo numa clínica de estética, contou que a mulher usou um dinheiro que ele estava juntando para reformar a casa do casal para pagar o procedimento. Segundo Vagner Vinícius, o médico Brad Alberto Castrillón Sanmiguel cobrou cerca de R$ 4 mil por três sessões de hidrolipo. 
Brenda Rodrigues, filha de Maria Jandimar Rodrigues, morta durante um procedimento estético, e o viúvo da vítima, Wagner Vinicius, prestam depoimento na 27ª DP (Vicente de Carvalho) - Cleber Mendes/Agência O DIA
Brenda Rodrigues, filha de Maria Jandimar Rodrigues, morta durante um procedimento estético, e o viúvo da vítima, Wagner Vinicius, prestam depoimento na 27ª DP (Vicente de Carvalho)Cleber Mendes/Agência O DIA


Maria Jandimar morreu na última sexta-feira, na clínica localizada no Carioca Offices, prédio anexo ao Carioca Shopping, na Vila da Penha, Zona Norte da cidade.

"Eu estava juntando um dinheiro sem ela saber e quando contei para ela, ela disse 'então tu vai me dar esse dinheiro para fazer'. Eu ainda falei que estava juntando para ajeitar a nossa casa, trocar algumas coisas que tínhamos que fazer mesmo, mas ela pediu para deixar isso para o ano que vem e eu concordei. E acabou que juntei, juntei, e ela não está mais nem aqui nem para contar como ela gostou", lamentou Vinícius.

O viúvo falou com a imprensa ao chegar na 27ª DP (Vicente de Carvalho) para prestar depoimento e informou que os procedimentos custaram mais de R$ 4 mil e que havia uma tabela de preços dos serviços. 
Os familiares da paciente contaram ainda que Maria Jandimar era muito vaidosa e que estava ansiosa para fazer a hidrolipo. 
Brenda Rodrigues, filha de Maria Jandimar Rodrigues, morta durante um procedimento estético, e o viúvo da vítima, Wagner Vinicius, prestam depoimento na 27ª DP (Vicente de Carvalho)Cleber Mendes/Agência O DIA


"Ela estava muito animada para fazer a cirurgia, era super vaidosa. Minha mãe era muito vaidosa e trabalhadora. Era 'filha, hoje eu vou sair com o Vagner, faz meu cabelo, faz minha unha, minha sobrancelha", disse a filha da paciente, Brenda Rodrigues, 21.

Paciente já havia passado mal após a primeira sessão

Na semana anterior a sua morte, Maria Jandira já havia feito uma primeira sessão nas costas e não ficou bem. Na sexta-feira, ela retornou à clínica para dar continuidade ao procedimento e fazer uma segunda sessão, dessa vez na barriga.

"Já no primeiro procedimento ela ficou muito mal a semana toda. Eu acho que o médico deveria ter falado para ela que ela não teria mais condições de fazer de novo, mas ele quis fazer da forma como ela estava e acabou que, não sei se foi excesso de remédio ou se ele perfurou algum órgão, ela morreu. A gente só vai saber o que aconteceu quando sair o resultado do exame", contou.

A Polícia Civil aguarda o resultado do laudo complementar, que será analisado junto com o exame toxicológico da vítima, para concluir se a causa da morte tem ligação direta com o procedimento estético.

"Os vídeos que tem, ela está se batendo muito. Não tem lógica a pessoa continuar fazendo a cirurgia com alguém sentindo dor", disse Vinicius.

"Mesmo ela se batendo continuaram fazendo o procedimento nela, mesmo ela se batendo naquele estado, na maca, eles continuaram fazendo o procedimento na minha mãe", complementou a filha da paciente, Brenda Rodrigues, 21.
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