Publicado 22/12/2021 07:14 | Atualizado 23/12/2021 08:10
Rio - Uma criança de 5 anos e um homem de 57 anos foram baleados durante um ataque de milicianos a agentes da Polícia Federal que realizavam uma investigação na comunidade de Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio, na noite de terça-feira (21). Um agente da PF também foi atingido por estilhaços. Os tiros foram disparados por homens que faziam a segurança do líder da milícia local, identificado como João Henrique Pedro da Silva, que foi preso. Não houve disparos por parte dos policiais federais. A criança ferida foi encaminhada para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra, e depois transferida para o Souza Aguiar, no Centro. O quadro de saúde dela é grave.
O outro homem atingido, identificado como Carlos Cruz, seria morador da comunidade. Ele foi baleado no púbis, passou por cirurgia e permanece internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, com quadro de saúde é estável.
O caso aconteceu por volta das 20h, na localidade conhecida como Areinha. Um comboio de policiais federais estava em uma rua de comércio movimentado, que dá acesso à comunidade, quando foram atacados. Os tiros que atingiram a criança e o morador foram disparados por milicianos - a PF diz que não efetuou nenhum disparo. No ataque, um policial federal foi atingido no ombro por estilhaços. Ele foi identificado como Evandro Coruja, e tem mandato como vereador no município de Gravataí (RS). Coruja estava em recesso parlamentar e veio ao Rio participar da ação, o que é permitido pelas regras internas dos órgãos. Ferido no ombro direito, ele fez exames de raio-x no Hospital Municipal Lourenço Jorge, foi liberado e passa bem. A expectativa é de que Coruja volte ao Rio Grande do Sul na quinta-feira (23).
Em vídeos que circulam nas redes sociais, agentes ajudam no socorro à criança, acompanhada da mãe, enquanto o miliciano é colocado dentro da viatura. A ação, que tinha a intenção de investigar a atuação da milícia local, foi coordenada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da PF.
Peritos criminais federais foram acionados e fizeram a perícia técnica, e um inquérito foi instaurado pela PF para apurar as circunstâncias e o autor do disparo.
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