Publicado 22/12/2021 08:21
Rio - Agentes do Ministério Público do Rio, da Polícia Militar Ambiental e da Prefeitura do Rio fizeram uma operação conjunta, nesta quarta-feira (22), para demolir prédios residenciais ligados à milícia de Rio das Pedras. A construção, localizada na Muzema, pertence ao policial militar Ronny Pessanha de Oliveira, preso em 2020 por atuar na milícia da região. A estimativa dos técnicos do MP é de que a demolição de um dos edifícios possa causar um prejuízo de até R$ 7 milhões ao grupo criminoso. No total, a operação destruiu sete prédios, com cinco apartamentos cada, uma casa e uma fundação já prontas.
O prédio fica na Estrada do Itanhangá nº 2.220, e foi construído sem projeto aprovado pela prefeitura e sem respeitar as leis de parcelamento do solo urbano. O responsável pela construção é Ronny Pessanha, denunciado pelo Gaeco e preso durante a operação Sturm, em dezembro do ano passado. O imóvel, que já contava com vigas de sustentação para um novo andar e estava na fase final de acabamento, tem vista privilegiada para a Lagoa da Tijuca.
"Percebemos que essas construções estavam em fase final de acabamento, sem nenhum tipo de licença. São loteamentos clandestinos e absolutamente em risco. O trabalho da Secretaria de Ordem Pública, junto com as forças policiais e o MP, é preservar a vida, asfixiar o crime organizado. Além de colocar em risco as pessoas que residem nessas localidades, essas construções também servem como sustentáculo financeiro", afirma o secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale.
No início do mês, a força-tarefa para desarticular os braços financeiros da milícia já haviam descoberto um supermercado em construção na Muzema, que também pertencia à milícia de Rio das Pedras. O imóvel tinha segundo andar, estacionamento subterrâneo e vista para a lagoa da Tijuca.
"Após quatro operações para prender milicianos e 72 denunciados desde 2019, o GAECO tem pleno conhecimento de que a construção irregular de imóveis é uma das maiores fontes de renda dessa milícia, sendo ações como a de hoje de extrema relevância para sufocá-los financeiramente", afirma a promotora de Justiça Roberta Laplace, do Gaeco.
Participam da operação, além do Ministério Público, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), o Comando de Policiamento Ambiental da Polícia Militar (CPAm), a Secretaria Municipal de Conservação e a Guarda Municipal.
Ronny Pessanha, ex-Bope
O policial militar Ronny Pessanha de Oliveira, conhecido como Caveira ou Neguinho do Bope, está desde dezembro de 2020 preso. Pessanha já foi do Batalhão de Operações Especial (Bope), e segundo investigações, comandava a segurança do grupo paramilitar que atua na região de Rio das Pedras e Muzema.
Além da guarda, Pessanha também atuava como intermediário na compra e venda de imóveis. Nas investigações que levaram à sua prisão, no ano passado, a polícia descobriu que Pessanha usava armas para intimidar vítimas que não pagavam aluguéis ou atrasavam negociações.
Além da guarda, Pessanha também atuava como intermediário na compra e venda de imóveis. Nas investigações que levaram à sua prisão, no ano passado, a polícia descobriu que Pessanha usava armas para intimidar vítimas que não pagavam aluguéis ou atrasavam negociações.
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