Diana, de 21 anos, estava à espera da segunda filhaReprodução/TV Globo
Publicado 24/12/2021 14:08
Rio - O Natal da família Gonçalves será de luto. Grávida, a jovem Diana, de 21 anos, e a filha que esperava, Isabella, morreram na semana. Familiares acusam os médicos do Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita, na Baixada Fluminense, de negligência. As mortes aconteceram um dia após ao parto e a direção do hospital abriu sindicância para apurar as causas.
De acordo com o 'RJ1', Diana, então com 40 meses de gestação, começou a perder líquido e sentir dores. No dia 9 de dezembro, chegou a procurar duas vezes auxílio no Hospital da Mãe. Segundo a família, ela foi medicada e, em seguida, orientada pela equipe médica a voltar para casa. Com os mesmos sintomas, recorreu à unidade no dia 13. E, mais uma vez, voltou para casa. Diana só conseguiu a internação no dia 15, quando foi preparada para o parto.
"Eu acho que eles poderiam ser mais atentos", afirmou Jéssica, irmã de Diana.

Na ficha de atendimento de Diana, a prioridade foi classificada como 'pouco urgente'. O bebê morreu cerca de dez minutos após o nascimento. No atestado de óbito, a causa da morte foi identificada como "asfixia, sofrimento fetal e provável sepse". Para a família, o equivocado atendimento causou mecônio (as primeiras fezes do bebê).

"A pediatra falou para minha irmã que se tivesse sido minutos antes, a neném estava viva", lembrou Jéssica.


Diana permaneceu internada na enfermaria do Hospital da Mãe para se recuperar, mas começou a sentir enjoo e dificuldade para respirar. No dia seguinte ao parto, foi transferida para o Hospital da Mulher, em São João de Meriti, mas não resistiu.

“Há um indício mínimo de pelo menos negligência e imperícia para toda família”, afirmou o advogado Carlos Borges, que representa a família.

O enxoval de Isabella estava pronto. A ideia agora é doar tudo.

“Eu não consigo nem entrar dentro do quarto, está sendo muito difícil”, disse o viúvo, Jonathan Serra. “Só queria que tivesse justiça, para não ter que se repetir com outras famílias.”
O que dizem as autoridades
O Hospital Estadual da Mãe disse que abriu uma sindicância imediatamente após a morte para apurar o que aconteceu, e que o procedimento ainda não foi concluído. A direção da unidade lamenta as mortes e se solidariza com a família.

O Hospital Estadual da Mulher disse que a paciente chegou à unidade com complicações pós-parto sem sinal de sepse, mas que um dia depois apresentou falta de ar e, mesmo com todos os cuidados, não resistiu.

A Secretaria Estadual de Saúde disse que está acompanhando a sindicância aberta pelo Hospital da Mãe.
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