Todo mundo sabe da importância de um fisioterapeuta na vida de um paciente em recuperação de traumas. E, com a pandemia do novo coronavírus, uma categoria específica desses profissionais ganhou ainda mais destaque. De acordo com Ezequiel Pianezzola, fisioterapeuta especialista do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 2ª Região (Crefito-2), a presença dos fisioterapeutas respiratórios é fundamental para o tratamento de pacientes graves.
"A covid-19, quando ataca o sistema respiratório e, principalmente os pulmões, prejudica a captação do oxigênio. Em situações mais brandas, o paciente vai ter uma perda mais leve dessa função, mas nos casos mais graves, o paciente vai evoluir para uma insuficiência respiratória e vai precisar de um auxílio externo, já que a captação própria não vai ser suficiente para o seu corpo", explica Ezequiel, lembrando que quem introduz o paciente a esse tipo de reforço - uso da ventilação mecânica, conhecida popularmente como respirador - é o fisioterapeuta respiratório de cada UTI.
"Mas o problema não é só a falta de ventilador, mas a falta desse profissional, que sabe manejar o equipamento e tem a experiência nesses processos. A regulamentação diz que é necessário um fisioterapeuta respiratório para cada 10 leitos de UTI, mas, na falta desse profissional e durante uma emergência, outros médicos se arriscam nessa atividade", argumenta o especialista que teme que essa prática cause ainda mais danos aos pacientes.
Denúncias
Apesar da regulamentação, alguns hospitais do Rio de Janeiro atuam com falta de profissionais da área segundo denúncias recebidas pelo Crefito. E, mesmo mantendo sigilo sobre os locais onde as infrações ocorrem, Ezequiel confirma que já há uma força-tarefa atuando para corrigir essa falha. "Nós recebemos denúncias e, desde ontem à tarde, já estamos indo aos hospitais denunciados para avaliar a presença dos profissionais, as condições de trabalho e o estado dos aparelhos utilizados", destaca.
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