Num bate-papo com a mãe de uma criança da mesma idade do meu filho, sete anos, ela me fez a seguinte pergunta:
"Você que tenta ajudar tantas mães, fala de inclusão... Por um acaso a escola do seu filho tá pronta pra receber o meu filho?"
(Pausa...)
Respirei fundo e respondi: "Não!"
Fiquei com vergonha na hora, mas é isso que acontece na maioria das vezes quando não é com a gente, muitas vezes passa desapercebido.
Eu que visitei várias escolas para saber como era a formação de cidadania, respeito às diversidades, combate ao preconceito, esqueci de ver se a escola era inclusiva. O filho dela é cadeirante, teve complicações no parto.
Ontem fui ao colégio do meu filho para a reunião de fim de ano e lembrei dela. O filho dela não passaria do portão da escola do meu filho pela falta de acessibilidade.
Uma escola particular, internacional, que não tem acessibilidade para cadeirantes, e isso deve acontecer muito por aí.
Me culpei por não ter percebido isso antes, encontrei com a coordenadora e falei do absurdo que é isso, uma escola não ser inclusiva. E se aquela mãe tivesse gostado, como eu, da metodologia da escola? Não poderia matricular o filho porque não é acessível para a cadeira dele?
E não é só pelo filho dela e por tantas outras crianças com deficiência.
É pelo meu filho também, que não está convivendo com as diferenças, com a diversidade. Não está participando do processo de inclusão de nenhum amigo. Ele também está perdendo.
Eu, que tanto me preocupo em educar um cidadão e a escola que tanto se gaba de construir pilares bons para a sociedade, merecemos um grande... DEDO NA CARA!
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