Dois meses de espera. Esse é o tempo em que Seu Edson dos Santos, 66 anos, morador de Piedade, convive com a falta do medicamento que o mantém vivo.
Com uma doença degenerativa, sem cura, chamada Hipertensão Pulmonar Crônica, Seu Edson já começa a sentir os efeitos: Mal consegue andar e a respiração só piora...
O medicamento é a Ambrisentana de 10 mg. Seu Edson conseguia retirar todo mês na Rio Farmes da Praça Onze... Agora, ele está sem remédio e também sem resposta. "Eu ligo para lá quase sempre para saber se o remédio já chegou, mas a atendente até boceja no telefone e diz que não tem previsão", diz.
Deixa eu entender direito... Oi? A atendente não sabe quando o remédio vai chegar e ainda tá quase dormindo? Ela não compreende que isso é uma corrida contra a vida?
Ou será o poder público que já se acostumou a carregar morte nas costas? Mais uma ou menos uma não vai fazer diferença? Vão esperar o homem morrer para virem dar explicações sobre? Alguém tem que se responsabilizar se isso acontecer!
A rotina de Seu Edson já não é a mesma, virou de cabeça para baixo.. As simples atividades do dia são um martírio para ele. "Meu marido não consegue tomar um simples banho sozinho, que logo fica com falta de ar. Só piora... Vejo a hora que ele vai morrer nos meus braços", conta a esposa Cândida Maria Pinheiro Rodrigues, apelando por qualquer tipo de ajuda... Tudo pra salvar a vida de quem ama.
Não tem cabimento que ele fique sem o remédio? Dá pra sobreviver com uma aposentadoria que não paga nem um comprimido da cartela? Na rede particular de farmácias, a caixa sai a quase R$ 5 mil! Como que financia? Isso não entra na cabeça...
Em nota, a Superintendência de Assistência Farmacêutica e Insumos da Secretaria de Estado de Saúde informou que a compra do medicamento está em processo de licitação. Enquanto isso, Seu Edson espera... Com dois coágulos no pulmão e a incerteza de como vai ser seu amanhã. 3,2,1… É DEDO NA CARA!