O olhar da dor - Divulgação
O olhar da dorDivulgação
Por O Dia

O nome eu faço questão de preservar, não porque ela deva se esconder, até porque ela é a vítima, mas porque não quero atrapalhar a justiça que está perto de acontecer.

Ela estava sentada na calçada, na porta da TV, com a roupa do corpo, me esperando. Chegou por volta das três da manhã, tinha gasto o único dinheiro que tinha na passagem. Assim que eu desci do carro, ela veio à minha direção.

Eu já sabia o que era e não precisava ser perita pra saber... Mais uma mulher vítima de violência doméstica. Mas ali, dava pra ver que eram mais do que sinais físicos de espancamento presentes, era dor da alma.

A mulher de trinta anos, mãe de três filhos pequenos e uma fala muito baixa, dessas de quem tem medo de tomar outro soco e ser desacreditada, só queria uma chance pra contar sua história.

"Eu vejo que você fala que a gente não pode ser objeto e apanhar... Aí eu resolvi te procurar, porque se não vou morrer."

Já de café tomado, ela me contou os anos de tortura e relacionamento abusivo com o pai dos seus três filhos. Saiu de casa com a roupa do corpo e os pequenos. O covarde tomou os documentos, o celular e ameaçou todo mundo que quisesse lhe dar ajuda.

Ela tem marcas de pontas de faca pelo corpo, mas na última quarta-feira de cinzas, a pior das surras... Daí, o basta.

Na mesma hora entrei em contato com a Delegada Fernanda Fernandes, da DEAM de Duque de Caxias.

A gente precisa caminhar muito contra a violência, mas é preciso procurar sempre a lei... O final dessa história só termina quando ele for preso e, com certeza, não vai demorar.

Livre de vez para retomar a sua vida, eu perguntei: "O que você vai fazer?"

"Vou trabalhar, quero dormir e acordar sorrindo, não chorando... Quero paz."

Feliz Dia da Mulher?

Para muitas, o caminho da felicidade ainda tá dolorido.

Mas existem mais outras aqui para ajudar do que para julgar....

3,2,1... É DEDO NA CARA!

 

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