Essa é a pergunta que Marcele Oliveira, moradora da comunidade do Encontro, no Complexo do Lins, faz desde o dia 12 de maio, quando seu marido, Wilton Oliveira da Costa, de 33 anos, foi preso, segundo ela, injustamente.
A partir daí, a vida do casal virou de cabeça pra baixo... Marcele tenta de qualquer maneira provar a inocência do marido, que está no presídio Ary Franco, em Água Santa.
Wilton é jardineiro e há 8 anos está em uma empresa terceirizada de serviços no Hospital do Andaraí. Ele foi levado por agentes da 19ª DP, enquanto trabalhava. A acusação? Assalto à mão armada.
Sem saber como tirar Wilton da cadeia, Marcele resolveu pedir socorro. A família de Wilton afirma que tudo não passa de um engano, e que tem provas disso. Ele pode estar sendo confundido com o irmão, William, que tinha envolvimento com o tráfico do complexo do Lins e foi morto em uma operação na comunidade em fevereiro. William não usava documentos e era bem parecido com Wilton.
Enquanto nada é resolvido, Marcele só consegue ter um sentimento: A revolta.
"Tiraram meu alicerce, minha base. Nossa filha de 5 anos me vê chorando e eu não sei o que falar pra ela. Meu marido não é bandido, é um trabalhador, evangélico, que não teve o direito de defesa. É culpa dele se parecer com o irmão?", questiona Marcele, desesperada.
Ela ainda conta que William está no 4º período da faculdade de educação física e que dá aulas de futebol em ações sociais da comunidade.
Reinaldo Máximo, advogado que está à frente do caso, afirma que o histórico de Wilton é completamente diferente do que o acusam.
"É um rapaz que sempre estudou, têm cursos, trabalhos de longos anos. Ele não leva uma vida de criminoso".
A gente vive num país onde a presunção é da inocência. Já aconteceram outras vezes de uma pessoa ser presa no lugar de outra. Isso não é um caso inédito ou isolado... Tem que ser investigado.
A coluna procurou a Polícia Civil para saber sobre a prisão de Wilton, mas até o fechamento dessa edição, não recebeu resposta.
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