
As coisas aqui funcionam assim... No "cala a boca ou morre".
Com as guerras entre facções em várias comunidades do Rio de Janeiro, a coluna ouviu alguns moradores de favelas.
Diante dos olhos da comunidade, denunciar qualquer situação sobre a área onde vive é praticamente uma sentença de morte.
Eles não se conhecem e não vão ter os nomes revelados por motivos de: o óbvio, sobrevivência.
Pelas redes sociais, muitas vezes diante da repercussão de qualquer tiroteio, eles abrem o coração.
Só quem vive a realidade do morador de favela, sabe do que eu tô dizendo...
Às vezes não precisa nem ser favela! O que não falta é bairro da Zona Oeste, no asfalto, dominado por poderes paralelos.
"A gente vive com medo de tudo, já vimos tortura no meio da rua, gente que desaparece e nem a família tem o direito de cobrar, alguns nem registro na delegacia é feito", diz um morador de um complexo da zona norte.
É cidadão que vive como refém , tolhido dos seus direitos, pelo simples fato de morar em uma área considerada de risco.
Aliás, o nome já diz tudo... Quem mora na praça seca, por exemplo, sabe que não dá pra fazer nada. A área esta sendo retomada pelos traficantes que disputam com os milicianos. "Tem que se manter neutro o máximo possível", conta o morador.
Depois os "vagabundos tomam e acham que a gente colaborava com a outra facção. Aí já viu, né?"
Todo mundo vive acuado... Num cenário de guerra! E quem vai querer abrir o bico? Impossível! O medo é muito maior.
O último que tentou denunciar em Vargem Grande, virou capa de um monte de jornal... Porque teve sua casa atacada por rojões da milícia. Tudo com o objetivo de intimidar.
Mas todos no final dizem a mesma coisa: Não nos abandonem!"
"Se ninguém falar por nós, fica pior."
3,2,1... É DEDO NA CARA!