Rio - Cento e quarenta quilos... Esse é o atual peso de Elias Costa Pimentel, 38 anos, morador de Costa Barros. Um peso que vai muito além do seu corpo... Se tornou um verdadeiro desafio, ainda mais com a chegada da pandemia! Da noite pro dia, ele entrou para o time do "grupo de risco".
Obeso, Elias viu tudo virar de cabeça para baixo! Ficou desempregado no meio dessa loucura toda. Ele, que já vinha se preocupando com a saúde, pensando até em entrar na fila para a cirurgia bariátrica, antes de tudo acontecer, teve que mudar seus hábitos. E agora, mais do que nunca, que realizar esse sonho, para ter sua vida de volta. "Eu já estava com essa ideia, mas depois que entrei nesse furacão, fiquei com mais vontade! É mais do que desejo, é necessidade. Já tenho problemas genéticos. Minha mãe é hipertensa é diabética, então não quero desenvolver esses problemas", conta.
O problema é que, desde que a pandemia chegou, as cirurgias foram suspensas, sem previsão de retorno. E o contrato foi encerrado no mês de agosto! Elias ainda nem conseguiu entrar na tal fila...
O drama dele é o de muitos outros obesos que ainda não sabem quando vão conseguir realizar suas cirurgias. É lógico que tudo foi paralisado por causa desse vírus... A gente tem que compreender toda a situação! Mas é preciso também que essas cirurgias retornem o quanto antes, ainda mais no momento atual.
A coluna foi atrás de uma resposta da Secretaria de Estado de Saúde que afirmou, em nota, que já prepara em caráter de urgência um chamamento para novos contratos por meio da Sociedade Brasileira de Medicina Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
Informou também que o Programa de Cirurgia Bariátrica do Estado do Rio é o mais importante da rede pública brasileira e o único a oferecer o procedimento pelo SUS por videolaparoscopia, que é minimamente invasivo.
Hoje, em consulta ao SER, existem 5.864 pessoas aguardando consulta no ambulatório de cirurgia bariátrica para saber se há indicação de cirurgia ou se a orientação é o tratamento não cirúrgico. A Secretaria fez questão de reforçar que esse não é o total de pessoas aguardando cirurgia bariátrica e que nenhum paciente em fila deixará de ser atendido.