53% do eleitorado da cidade do Rio é composto por mulheres... Mais que a metade! Ou seja, somos a maioria.
Nas últimas duas eleições, 2012 e 2016, foram eleitas apenas 7 mulheres para a Câmara dos Vereadores. Neste ano, o número subiu, chegou a 10. Que ótimo, mas eu vou falar pra você...
Uma vez, assistindo um discurso da atriz americana Michelle Williams, quando recebeu um prêmio, ela disse: "Mulheres, em eleições, votem em mulheres como a gente. Os homens fazem isso. E é por isso que o mundo se parece tanto com eles."
Isso mexeu muito comigo... E tá aí, talvez seja por isso mesmo que os homens ganham mais, as necessidades dos homens são mais atendidas do que as das mulheres.
Afinal, é natural ter a percepção de um projeto de lei, numa casa legislativa, usando o ponto de vista de quem está lá em sua maioria...
Mas o homem, em muitos casos, não vai saber a necessidade da saúde de uma mulher, do que é bater perna para achar uma creche próxima à sua casa pra deixar o filho, porque de manhã cedo tem que estar no serviço...
Nós mulheres, infelizmente, não temos representatividade. Em vários casos, os partidos só filiam mulheres para cumprirem cotas, legendas! O sexo feminino é usado como "laranja" para eleger homens.
Bruna Soalheiro, Doutora em História e pós-doutoranda pela UFRJ, resume o que a mulherada passa desde muito tempo:
"Historicamente, a participação das mulheres na política é posterior a dos homens. Votamos depois, fomos eleitas depois. Mesmo após a Constituição de 1988, a presença das mulheres em cargos executivos e legislativos é diminuta."
É isso... Ninguém aqui quer uma guerra contra os homens. Mas eleger mulheres é eleger políticas de prevenção ao câncer de mama, de geração de emprego à mulheres arrimos de família... Isso sim precisa ser falado! Devemos bater palmas? Sim, ok, aumentou! Mas essa conta não fecha! 51 vereadores pra 10, não rola!
"As câmaras municipais são um espaço fundamental para a democracia: é lá que as políticas públicas são debatidas e votadas, e é lá que a representatividade política, de fato, pode ganhar espaço. Uma mulher eleita vereadora deixa de ser 'objeto' de leis e iniciativas masculinas e passa a ser, ela mesma, sujeito da política. Não há como pensar em igualdade de gênero sem pensar no direito da mulher de debater, de legislar, de fiscalizar. Poderíamos ter conquistado mais cadeiras, mas a fala de uma mulher no plenário é a fala de muitas. Lugar de mulher é na casa do povo", completa Bruna.
O mundo é difícil pra quem nasce mulher, mas a gente tem força de sobra pra estar onde quiser. Bora virar?
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