"Quando eu abri os olhos, eu já estava soterrado até à cintura. Consegui rapidamente salvar minha filha e minha netinha de 9 meses, mas não consegui salvar o meu neto".
Esse foi o desabafo emocionado do Seu José Augusto, avô do menino Enzo Gabriel, de 1 ano e 7 meses, que morreu durante um deslizamento de terra, levando sua casa morro abaixo, em São Gonçalo.
Tudo por causa da forte chuva que caiu na madrugada de ontem.
Todo ano a mesma coisa... E olha que o verão ainda não chegou! Não quero nem ver quando chegar.
Nesse cenário que se repete de terror, entre lama, telhas, tijolos e muito esgoto, além de lixo e vegetação irregular, o olhar triste de quem sobreviveu e que tinha como vizinho a família do menino. Olhar esse de quem não vê perspectiva alguma... Reflexo das construções feitas nas encostas cariocas.
A família não tinha nem mais lágrima para chorar, de tão desolada que estava! Esse é o espelho do abandono.
É muito fácil depois de uma morte tão bruta como essa, chegar e colocar a culpa num "desastre natural". Difícil mesmo é assumir que não existem políticas públicas de habitação em todo o Rio de Janeiro, e muito menos, cuidado com o pobre. Isso aí tá bem longe de existir.
Vai, infelizmente, ser mais uma morte sem responsáveis. E enquanto isso, famílias continuam chorando por seus parentes e claro, tudo vai caindo na conta da Dona Natureza.
3,2,1... É DEDO NA CARA!
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