Por paola.lucas

Niterói - “Como exercitar a tolerância e a diferença em família, o núcleo mais estreito de convívio, regido pelo afeto?”. Esse foi o ponto de largada para o autor Gustavo Pinheiro escrever a peça ‘A Tropa’, que estreia na próxima sexta-feira no Teatro Abel, em Icaraí, e comemora os 50 anos de teatro do ator Otavio Augusto.

O ator Otávio Augusto é o protagonista da peça. Ele interpreta um ex-militar%2C viúvo e pai de quatro filhosDivulgação

O contexto da obra foi desenvolvido ao longo das eleições de 2014 a partir das observações do dramaturgo sobre a disputa presidencial no país. “Fiquei impressionado com a capacidade do debate político, nas redes sociais ou fora delas, abalar amizades. Qual o lugar da tolerância na nossa sociedade hoje?”, questiona Pinheiro.

A história se dá no intervalo entre os tempos da ditadura militar no Brasil e a operação Lava-Jato. Um pai doente recebe a visita dos quatro filhos no hospital. O que seria apenas um encontro em função de um parente debilitado se revela um acerto de contas familiar, cheio de humor e, claro, afeto.

A atuação de Otávio Augusto é um presente. No espetáculo ele é o protagonista, um ex-militar, viúvo e pai de quatro filhos. É um homem autoritário que, no leito de hospital, vê as relações veladas da família serem descortinadas. “A peça fala de questões importantes nos dias de hoje, como a relevância da democracia e o direito à opinião”, afirma o ator.

O ator já trabalhou em dezenas de filmes, novelas, minisséries e clássicos dos palcos nacionais, como “A ópera do Malandro”, “Galileu Galilei” e “O rei da vela”. Longe do teatro desde 2009, o ator ficou entusiasmado com a ideia de voltar aos palcos após ler A Tropa.

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