Aulas são de segunda a sexta-feira, nos turnos da manhã e tarde, onde alunos aprendem técnicas circenses - Armando Paiva
Aulas são de segunda a sexta-feira, nos turnos da manhã e tarde, onde alunos aprendem técnicas circensesArmando Paiva
Por Aline Cavalcante

Acrobacias, pernas de pau, malabares, trapézio e muita alegria e diversão estão no picadeiro. O universo que tanto atrai o público está com a lona montada em São João de Meriti. O projeto Circo-Escola Benjamim de Oliveira acaba de completar quatro anos e está com vagas para cursos gratuitos.

Os alunos aprendem atividades que são atração no circo, como cama elástica e trampolim, monociclo, perna de pau, rola-rola, trapézio, tecido, lira e malabares. Ensinamentos que para Marco Aurélio da Silva, 37, vão muito além.

"O objetivo, mais que ensinar a prática circense, é trabalhar valores e cidadania. Queremos que eles vejam as possibilidades de vida além do que as que se apresentam em suas realidades", destaca o coordenador técnico do projeto.

NOVOS HORIZONTES

A curiosidade em conhecer o universo do circo atrai os alunos. Foi o que aconteceu com Caroline Souza, 18, que, junto com o namorado, já faz até eventos com o que aprendeu no projeto. "Um professor daqui nos deu a ideia. Montamos uma apresentação e começamos a levar alguns números para festas e eventos".

Dentre os alunos, talento não falta. Matheus Masaro, 22, já representou a companhia em um festival na Itália e Luiz Otávio, 20, integrou a Trupe do Topetão por um ano. "Na Itália aprendi novas técnicas, conheci culturas diferentes e pessoas de todos os lugares do mundo. Foi incrível", relembra Matheus.

"Tive contato intenso com o mundo do circo e só me deu mais certeza de que quero isso para a minha vida", ressalta Luiz, que fez parte de um circo profissional.

 Exemplo para os alunos

Marco Aurélio, coordenador do projeto, é o grande exemplo de superação para os meninos e meninas do circo-escola. Aos 13 anos, ele já era 'herdeiro do tráfico' do Morro da Formiga, na Tijuca, Zona Norte do Rio, mas não quis seguir os passos da família e fugiu para um abrigo. Lá, encantou-se com o circo. "Eu queria conhecer outras realidades além da comunidade em que vivia. Arrumei minhas coisas e fui para um abrigo de menores",  conta o trapezista.

No início, ele carregava material para os artistas do picadeiro. Observador, logo começou a praticar e encontrou no circo uma possibilidade de transformar sua história. Marco Aurélio não apenas mudou a vida dele, mas hoje luta para mudar a de várias outras crianças. "Na época, eu fiz por mim, mas, depois, eu vi que assim como mudou a minha vida, poderia mudar também a de outros meninos. E hoje é isso que tento trazer", garante. 

Circo Social

O Circo-Escola Benjamin de Oliveira tem como base o Circo-Teatro idealizado e criado por Benjamin de Oliveira, o primeiro palhaço negro do Brasil. A lona, com capacidade para 300 pessoas, fica no Parque de Eventos do bairro Venda Velha, em São João de Meriti. As inscrições devem ser feitas no local, de segunda a quinta, de 9h às 17h. Para participar é preciso ter de 9 a 24 anos. Mais informações no telefone 99500-1067.

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