Terreno onde fica o Campus da IFRJ em Belford Roxo foi doado em 2013 - Rede social/IFRJ
Terreno onde fica o Campus da IFRJ em Belford Roxo foi doado em 2013Rede social/IFRJ
Por O Dia

Uma disputa longa ganhou um novo capítulo: a Câmara dos Vereadores de Belford Roxo revogou em sessão na última terça-feira a doação do terreno onde fica o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) e devolveu ao município. A briga está na Justiça há alguns anos, mas a decisão dos vereadores pegou de surpresa reitoria, servidores e alunos do campus, que podem ficar sem local para fazer os cursos.

Em nota, a Reitoria da IFRJ prometeu recorrer da decisão na Justiça e repudiou a decisão, considerada "um retrocesso na oferta da educação profissional pública, gratuita e de qualidade no Estado do Rio de Janeiro".

O imbróglio se arrasta desde 2015, ano em que o instituto concluiu as primeiras instalações. Em 2017, a Prefeitura abriu processo para recuperar o terreno, doado em 2013 após dois anos de negociações. A justificativa do prefeito Wagner dos Santos Carneiro (MDB) é que no local vai construir um hospital.

Desde então, o campus, localizado na Avenida Joaquim da Costa Lim, no bairro São Bernardo, tem sofrido com problemas de infraestrutura e manutenção. Em 2017, as autoridades do município embargaram obras de instalações sanitárias.

"Tanto a Reitoria quanto a Direção do campus procuraram manter todos os canais de diálogo com as autoridades municipais, no intuito de atender a todas as demandas que foram colocadas (...) Mesmo diante de todas as dificuldades pelos sucessivos embargos às obras, destaca-se o enorme esforço, atendendo desde o início de seu funcionamento centenas de jovens e adultos trabalhadores da Baixada Fluminense", afirmou a Reitoria, em nota.

Entre os alunos, há a reclamação de que a prefeitura contribuiu para o sucateamento e o abandono do campus. Ainda assim, ao longo dos anos, o IFRJ realizou aulas de formação educacional e capacitação. Segundo o instituto, foram oferecidos dois cursos técnicos e 27 de qualificação profissional, mas os cursos de graduação não puderam sair do papel por falta de estrutura. Uma petição online de alunos e ex-alunos conta com 950 assinaturas em defesa da manutenção do campus.

Procurada, a prefeitura de Belford Roxo não respondeu aos questionamentos.

 

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