Companhia teatral Cia Cerne estará na abertura do festival - Divulgação/ Annelize Tozetto
Companhia teatral Cia Cerne estará na abertura do festivalDivulgação/ Annelize Tozetto
Por Aline Cavalcante

Bastidores cheios de figurino colorido, correria na coxia, palco com espetáculo e plateia lotada. Este é um cenário que vai demorar para acontecer, por causa da pandemia do novo coronavírus. Mas isso não significa que o show não possa continuar e a arte prevalecer. É o que reafirma o Festival Cenáculo, tradicional festival de teatro, que em sua oitava edição vai acontecer de maneira online. As apresentações começaram no dia 20 e vão até o próximo sábado (27). Ao todo são seis espetáculos, reunindo atores de companhias da Baixada e do Rio de Janeiro.

O evento já faz parte do calendário dos grupos teatrais e acontece desde 2012, oferecendo peças gratuitas e reunindo grupos de todo o Brasil. Mesmo sem o formato tradicional, os organizadores do festival resolveram manter a programação online, que será exibida no Instagram (@ciacerne). "Sabemos o quanto é importante a realização deste festival para os atores e também para as pessoas que estão precisando desse refúgio que tem sido a arte e a cultural, principalmente em tempos de isolamento social", conta Leandro Fazolla, produtor do Cenáculo.

Pensando em dar leveza ao festival, as cenas foram cuidadosamente escolhidas. "Pensamos no fato de que vai estar disponível para todos os tipos de público, então tivemos cuidado na seleção. Investimos em cenas mais leves, com humor, intimistas e algumas reflexões a cerca do isolamento social", explica Leandro Fazolla. 

E não vai faltar temáticas para reflexão. Entre as abordagens estão a quarentena, a solidão do isolamento social, o universo feminino e a rotina da mulher moderna.

Para Fabíola Godoi, 33, que encena 'Histórias de Chocolate', amanhã, a possibilidade de continuar a trabalhar é motivadora. "Eu tenho retomado muitos projetos nesta quarentena e poder continuar trabalhando de alguma forma é muito bom. Minha casa também é uma possibilidade de criação. É estranho não ter o público e a troca, isso é difícil e faz falta. Mas a gente se adapta e ainda bem que tem esta possibilidade dos festivais online, isso alimenta a minha alma e de outras pessoas".

O ator Paulo Téspis, 25, escolheu uma cena que retrata bem o que muitas pessoas estão passando durante o isolamento social. 'Colorido' mostra o interior de uma pessoa que é obrigada a ficar isolada e se vê obrigada a mergulhar em seu interior. "Fala de se conhecer, voltar ao passado e ver o lado bom das coisa. Esse solo passa uma mensagem de esperança. Acredito que ganhamos uma nova chance para sermos melhores pós-pandemia".

Escolha dos ganhadores

As cenas serão comentadas pelo diretor Rodrigo Portella e pela atriz Daniela Fontan. A programação será exibida todos os dias, às 17h.

Ao final, o público poderá votar, através de curtidas na rede social. As duas mais votadas ganharão consultoria em psicologia para trabalhos artísticos e uma sessão de fotos. Os vencedores serão divulgados em um live no dia 30 de junho.

Fórum Grita Baixada faz lives
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Na onda das lives, o Fórum Grita Baixada vai promover uma conversa com especialistas sobre as perspectivas contemporâneas da diversidade sexual e de gênero na Baixada Fluminense. A Live "Diversidade Sexual e Gênero: vivências e experiências cotidianas", tratará, de assuntos como a saúde mental, as contradições sociais e políticas e em que medida a cultura midiática contribuiu para a construção de estereótipos.
Para fomentar o debate dois convidados: Diana Rodrigues, doutoranda em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), cuja linha de pesquisa aborda a transsexualidade, e o psicólogo Tiago dos Santos, idealizador do coletivo DHiverSus.
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A transmissão será no Facebook (@forumgritabaixada), amanhã, às 18h. Na quinta-feira, o tema será "Cultura Periférica em Tempos de Pandemia". No segundo episódio da série de lives, no Instagram, será com a produtora cultural Juliana Maia, do projeto Lanatanpa, que promove, através de rodas de conversa temáticas e eventos voltados para a cultura Hip Hop para a juventude do bairro Pantanal, periferia de Duque de Caxias.
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