A utilização das sobras oriundas da fabricação de pães e bolos para a alimentação animal é conhecida dos pecuaristas, mas impõe desafios, tanto para a formulação das dietas, devido à falta de padrão do material, quanto para a estocagem, devido às altas chances de proliferação de fungos e toxinas. Em busca de soluções para estas questões, pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UFRRJ , em Seropédica, (PPGZ/UFRRJ) avaliaram a adição dos resíduos de panificação a plantas usadas para alimentação do animal. O resultado foi o aumento na eficiência de produção e redução na geração de resíduos prejudiciais ao meio ambiente.
Além disso, foi observado no estudo um incremento no desempenho animal."Tivemos resultados positivos na dieta, eficiência metabólica e redução da emissão de metano pelos bovinos", explica o professor do Instituto de Zootecnia, Rondineli Pavezzi Barbero, coordenador do estudo.
O processo consiste no armazenamento de plantas colhidas no período chuvoso, para utilização na alimentação dos rebanhos durante o período seco, quando as condições climáticas impactam negativamente o pasto.
O responsável pela pesquisa explica que, no estudo, a planta forrageira (como é chamada a planta usada para alimentação animal) capim-elefante foi colhida com diferentes idades, triturada e misturada a um percentual de até 15% do resíduo de panificação para, então, ser ensilada, método de produção que conserva a planta para alimentação animal . Em pequena escala, este processo pode ser realizado manualmente, como feito na pesquisa. Em grande escala, podem ser utilizadas máquinas, como tratores e misturadores.
"A inclusão do resíduo resultou na redução de 6% de perdas da alimentação . Em termos práticos, essa diferença pode representar alimento suficiente para um bovino durante toda estação seca", afirma Barbero.
O estudo da UFRRJ foi realizado em conjunto com fazendas comerciais do estado do Rio de Janeiro que já faziam uso isolado dos resíduos de panificação para alimentar bovinos.
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