Rio de Janeiro 20/08/2020 - Produção de cactos e suculentas durante a pandemia. Foto: Luciano Belford/Agencia O Dia - Luciano Belford
Rio de Janeiro 20/08/2020 - Produção de cactos e suculentas durante a pandemia. Foto: Luciano Belford/Agencia O DiaLuciano Belford
Por O Dia

Decorar a casa com plantas e flores sempre foram opções para alegrar e embelezar os ambientes. Nos últimos anos, os cactos e suculentas viraram mania e caíram no gosto e são quase uma unanimidade. Foi aí que muitas pessoas viram nessas belezuras uma oportunidade para empreender, principalmente em meio à pandemia. É o que aconteceu com quatro moradores da Baixada Fluminense, que viram na venda de arranjos uma chance de driblar a crise.

Apaixonada por plantas, Tassiana Carla dos Santos Dias, 35, moradora do bairro Botafogo, em Nova Iguaçu, montou o cacto.amor no início de julho.

"Foi uma forma de ganhar uma renda extra. Sempre tive amor por plantas.Tenho mais de 120 em casa. Sempre encarei como hobby, mas meu marido me incentivou a trabalhar com a venda. Como não podemos sair de casa por conta da pandemia, trabalhar com os arranjos tem sido uma diversão e distração interessante", conta.

Além de vender os arranjos, as mudas de cactos e suculentas são cultivadas por ela mesma. "Na garagem da minha casa montei meu pequeno ateliê, onde cultivo as suculentas e cactos que vão para os clientes fortes e saudáveis, pois são adubadas e com vitaminas que ajudam no crescimento. Gosto de acompanhar o desenvolvimento delas com meus clientes. Ensino como tratar elas no dia-a-dia".

Na tigela ou na xícara de porcelana, barro envernizado ou barro pintado, a escolha é do cliente. O negócio tem dado certo e surpreendeu Tassiana.  "Estou começando a levar meu trabalho às feiras de Nova Iguaçu. Já conquistamos mais de 50 clientes dentro desse um mês de trabalho, estamos muito surpresos e gratos a Deus pela criatividade que ele tem me dado"

A jornalista Thaíse Ramos, 39, também encarou o desafio de empreender em meio a uma pandemia. Ela ficou desempregada em abril, durante o isolamento social e decidiu se reinventar. Daí surgiu a Fada Verde, nome dado a sua marca.

"Com a pandemia eu decidi ficar um tempo em casa com a minha filha de 9 anos (Ana Clara). Só que o tempo foi passando, nada da pandemia acabar. O dinheiro foi acabando e eu fui ficando triste. Sempre gostei muito de planta, principalmente de cactos e suculentas, eu era uma colecionadora. Aí veio esse estalo, foi intuitivo. Estudei, pesquisei e comecei a fazer os arranjos. Coloquei nas redes sociais, as pessoas gostaram. Vendi mais do que esperava".

Nos arranjos, Thaíse coloca muito de sua personalidade. Caveira mexicana, Frida Kahlo, duendes e muito colorido estampam os vasos que pinta à mão. "Não repito os arranjos, são exclusivos, são peças únicas e especiais. Os clientes gostam disso".

PREOCUPAÇÃO COM MEIO AMBIENTE

Fada Verde tem compromisso não só com a estética de seus arranjos. Preservar o meio ambiente é item importante para a jornalista. Ela se juntou com outras empreendedoras em uma rede de distribuição colaborativa de consumo consciente e de baixo impacto ambiental. A ideia é ter o cuidado de não gerar muito lixo nas embalagens e fazer entregas das encomendas em conjunto. Papelão e jornais, que pega de graça no comércio local, são usados para armazenar produtos.

Os cactos e suculentas podem ser comprados nos perfis @fadaverde_arranjos e @cacto.amor, no Instagram.

Operação casamento
Publicidade
Isabella de Abreu, 23, de Japeri, e Rafael Machado, 30, de Nova Iguaçu, ou simplesmente Isa e Rafa, viram nos cactos e suculentas a chance de casar. Sim, em meio à pandemia eles decidiram casar. Mas, não tinham como bancar a festa tão sonhada pelos dois, agendada para o ano que vem. Foi então que o casal criou, em junho, a Donos do Cultivos. Em dois meses eles já viram lucros, pagaram uma parcela da festa, fotografia e algumas coisas para casa. E o que era pra ser um projeto temporário, já tem um futuro. 
"Rafa estava desempregado e eu também. Estudo biologia e sempre tive muito apego por plantas, cactos principalmente. Aí montamos este pequeno negócio e a aceitação tem sido muito boa, já demos entrada em alguma coisas do casamento com o lucro das venda. Nosso primeiro intuito foi de realmente ganhar a grana para casarmos, mas agora pretendemos seguir com isso", conta Isa.
Publicidade
Além de cactos e suculentas, a marca vende também terrários (arranjos em vidro). Os pedidos podem ser feitos pelo Instagram (@donosdocultivo). 
Você pode gostar
Comentários