Philipe Matheus e Ana Clara Castro são alunos de Jailson TrevysaniARQUIVO PESSOAL
Por O Dia
Publicado 01/10/2020 00:00

Nenhum dos três sequer chegou aos 40 anos de idade, mas eles já fizeram mais pela cultura de Itaguaí e pelos itaguaienses do que muita gente. Vários governos e mandatos passaram, pouca coisa mudou além do que eles próprios construíram com perseverança e talento. Não são os únicos no ramo, mas fazem uma grande diferença porque há o seguinte em comum entre os três: consciência cívica e responsabilidade social. Hanny Barbosa (19 anos), Jailson Trevysani (38 anos) e Edson Soares da Costa (31 anos) trabalham com dança e com amor ao próximo, às crianças e à cidade onde moram. Além de professores, são empreendedores culturais e agem também como motivadores sociais, apesar de todas as dificuldades financeiras e falta de estrutura adequada, às vezes.

JAILSON TREVYSANI, 38 anos
Jailson Trevysani onde mais gosta de estar: no meio dos alunos, no meio da dançaArquivo Pessoal
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HANNY BARBOSA DA SILVA, 19 anos
A jovem Hanny (de preto) com sua turminha da manhã: levando o balé a quem não teria acesso de outro jeitoArquivo pessoal
EDSON SOARES DA COSTA, 31 anos
Edinho Breeze, que mora no Centro de Itaguaí, dá aulas de street dancefotos de ARQUIVOs PESSOAis
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Ele é conhecido como Edinho Breeze. Foi criado na comunidade Santo Amaro, no bairro da Glória, no Rio de Janeiro. Chegou em Itaguaí em 2009, mora no Centro. Foi ainda na capital que Edinho se encantou com o street dance, quando integrou o grupo The Time. Tinha apenas 14 anos. Fez aulas de dança, mas parou quando foi servir na Aeronáutica.
Já em Itaguaí, recebeu convite para dar aula no projeto Mais Educação. Lecionou na escola Severino Salustiano, no bairro Teixeira. Várias escolas receberam o projeto, e nelas Edson levou a magia do street dance para crianças que certamente ficaram fascinadas pelos movimentos.
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"Sei que existe preconceito com esse estilo de dança, mas isso não tem nada a ver com a pessoa, ela pode ser quem ela quiser, a dança é uma forma dela se expressar", explica ele. Em Chaperó, deu aula com o grupo The Prince of Dance. Depois, em 2017, criou a Companhia United by Dance (UBD), que apesar de criada recentemente, já foi premiada em segundo lugar em um concurso nacional.
O objetivo da UBD foi aproveitar os alunos do projeto Mais Educação. Ano que vem a Companhia vai criar polos para descobrir talentos nos bairros Chaperó e Mangueira. Os professores serão os próprios dançarinos da companhia, um grupo de 20 jovens com idades entre 15 e 21 anos (15 rapazes e cinco moças, 17 deles moram em Itaguaí).
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Não satisfeito, Edinho criou a UBD Kids, que atua com 10 crianças. Os ensaios são de graça e a experiência é como uma escola. A Companhia usa as instalações do Centro Social de Urbanização, que fica no Centro. É lá que fazem eventos como o Café Cultural, com apresentação de grupos de dança de vários municípios e aulões com professores de outras companhias, como o recente "Favelação". Cinco workshops estão programados até julho do ano que vem com profissionais de dança renomados de todo o país, com aulas gratuitas.
Em 2019, a UBD apresentou o espetáculo musical "A origem", em que contou parte da história de Itaguaí. Sobre o trabalho social, Edson diz: "É uma maneira de vermos aquele garoto e aquela garota ali com a gente, dançando, e não na rua". "United by Dance" talvez seja pouco. Não são só "unidos pela dança", são "unidos pelo amor à dança e ao próximo".
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