Mariana Cassiano, 26 anos, moradora de Nilópolis, também está entre as selecionadas para o encontro - ARQUIVO PESSOAL
Mariana Cassiano, 26 anos, moradora de Nilópolis, também está entre as selecionadas para o encontroARQUIVO PESSOAL
Por O Dia

Hoje começa o encontro internacional A economia de Francisco e mais de 200 jovens brasileiros foram selecionados para participar, entre eles dois moradores da Baixada: Douglas Almeida, de 29 anos, morador de São João de Meriti, e Mariana Cassiano, de 26, de Nilópolis. Ambos são católicos, com atuação nas Dioceses de Duque de Caxias e Nova Iguaçu. O evento, que aconteceria em março, na cidade de Assis, na Itália, este ano vai ser virtual devido à pandemia do novo coronavírus e termina no sábado.

O esforço coletivo está fazendo milhares de pessoas discutirem no Brasil e no mundo uma economia diferente que "faz viver e não matar" através de "um pacto para mudar a economia atual e dar uma alma à economia de amanhã". Para Douglas, que é economista e coordenador de mobilização da Casa Fluminense, o contexto de desigualdade na Baixada dialoga muito com o tema, pois a prioridade do encontro é "discutir as desigualdades, colocando no centro do debate as populações mais vulneráveis a fome, ao desemprego, ao subemprego, a falta de moradia e ausência de direitos básicos". Para ele, na economia de Francisco, "velhos paradigmas que reforçam a concentração de riquezas e a retirada de direitos da população são deixados de lado, para colocar a vida humana e o meio ambiente como centro da economia."

Os jovens estão divididos em 12 "vilas", que hospedarão o trabalho dos participantes sobre os grandes problemas e questões da economia de hoje e do amanhã: trabalho e cuidado; gestão e concessão; finanças e humanidade; agricultura e justiça; energia e pobreza; lucro e vocação; políticas para a felicidade; CO2 e desigualdades; negócios e paz; economia feminina; empresas em transição; vida e estilos de vida.

No caso de Mariana, ela está na vila desigualdades: "Me inscrevi nesse grupo por entender que precisamos de políticas públicas acessíveis às populações mais vulneráveis da cidade que enquadrem ela no mercado de trabalho que por muitas vezes as excluem por sua situação. Acredito que nossa missão é promover uma cidade e um país melhor para aquelas e aqueles que de fato promovem a economia com seu trabalho por vezes desvalorizado. Então a proposta do Papa Francisco vem como um sopro de esperança para que sejamos propulsores de novos espaços de inclusão e oportunidade para que todos possam ter participação garantida na sociedade como um todo", afirma a jovem.

Mesmo o encontro sendo on-line Douglas e Mariana estão bem animados com a oportunidade de discutir a economia mundial com outros jovens do Brasil e do mundo. "Participar da Economia de Francisco é a possibilidade de ecoar a voz de uma Baixada solidária e humana que luta todos os dias contra um sistema que exclui pessoas e degrada o meio ambiente", disse Mariana. "Sinto que estamos fazendo parte da história", completou Douglas.

Amanhã, haverá uma maratona de 24h onde todos os países terão entre 1h à 2h para apresentarem-se. Mas o grande momento, sem dúvida, será a fala de encerramento do Papa Francisco, no sábado, às 13h de Brasília.

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