Por O Dia

Apesar da redução do uso de veículos automotores desde o início da pandemia, Angelo Braz, coordenador de Engenharia da Universidade Anhanguera de Niterói, suscita a discussão sobre o papel dos veículos automotores quanto à poluição atmosférica. O Brasil, sendo um país em desenvolvimento, apresenta um crescimento expressivo na frota veicular, sobretudo nas regiões metropolitanas. Em geral, as emissões causadas por veículos carregam diversas substâncias tóxicas, entre elas monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC), óxidos de enxofre (SOx). Esses gases, em contato com o sistema respiratório, podem produzir vários efeitos negativos sobre a saúde. De acordo com estudo do Observatório do Clima, a estimativa para o ano de 2020 é de que haja uma queda de 6% na emissão de Gases do Efeito Estuda (GEE) no planeta, estimulada pelas medidas de isolamento social implementadas por conta da pandemia, impactando setores como a indústria, transportes, a mobilidade urbana, o consumo de energia e a geração de resíduos.

"Apesar da estimativa global, o Brasil segue na contramão e apresenta tendência de aumento das emissões de GEE, não apenas pelo excesso de poluentes oriundos de carros, mas também pelas ações de mudanças de uso da terra. Podemos citar informações divulgadas pelo Observatório do Clima, por exemplo, que mostram que o Brasil é o 6º sexto maior emissor de gases de efeito estufa no planeta e que o uso da terra responde por mais de dois terços das emissões", destaca o coordenador dos cursos de Engenharia Mecânica, Elétrica e Controle e Automação do Centro Universitário Anhanguera de Niterói, Angelo Braz. "O documento, que aborda o impacto da pandemia de covid-19 nas emissões de gases de efeito estufa no Brasil, também mostra que o Brasil deve ter, neste ano, uma trajetória crescente de emissões de GEE, seguindo assim no sentido oposto das metas da Política Nacional sobre Mudança do Clima", complementa.

Apesar do nível de emissões ter apresentado queda consistente nos últimos quatro anos, segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), à medida em que a mobilidade aumenta, as emissões de dióxido de carbono dos transportes também aumentam. A fuligem, por exemplo, pode penetrar nas defesas do organismo, sendo capaz de acarretar complicações pulmonares.

Você pode gostar
Comentários