Gravador em Resende colocado pelo INB - Divulgação
Gravador em Resende colocado pelo INBDivulgação
Por O Dia

Já imaginou se os sons de uma região fossem inventariados? O que você acha que encontraria? Uma experiência inédita no município de Resende, no estado do Rio, lançou-se ao desafio. Quatro gravadores instalados ao longo de 448,7 hectares da Fábrica de Combustível Nuclear vão coletar sons do ecossistema da região. A pesquisa é inédita e tem como objetivo desenvolver uma ferramenta para contribuir com o monitoramento ambiental por meio da ‘paisagem acústica’. 

Até 2019, serão captados sons presentes de origem animal, natural ou provocados pelo homem. Com os resultados obtidos, será possível agrupar informações sobre a biodiversidade local, comunicação animal, identificação de espécies raras, análise do impacto ambiental, além de mudanças estruturais de florestas e biomas por fatores antrópicos, desmatamentos e incêndios.

“A cada dois meses será feita a troca dos insumos dos equipamentos (cartões de memória e pilhas), serão baixados os sons gravados e encaminhados para análise. As informações serão processadas na USP”, informa Rodney Santos, coordenador de Meio Ambiente e Proteção Radiológica Ambiental da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), empresa brasileira de economia mista que, em parceria com o Laboratório de Acústica e Meio Ambiente da Universidade de São Paulo (LACMAM-USP). 

Embora inédita, a experiência lembra a obra Sonic Pavilion (2008), do artista Doug Aitken, que pode ser visitada no museu de arte contemporânea de Inhotim, em Minas Gerais. O artista  cavou um buraco de 200 metros no alto de uma montanha e instalou oito microfones ao longo do trajeto. Ao entrar numa construção isolada por folhas de vidro, escuta os mais variados sons que vêm debaixo: o gotejar de lençóis freáticos, o estrondo de rochas desconhecidas...

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