Rio - Em meio à crise econômica do Estado do Rio, Rodrigo Neves tem se desdobrado para garantir e manter os investimentos em Niterói. Em seu segundo mandato, o prefeito prevê mais de R$ 500 milhões para o biênio 2018/2019. O montante será aplicado nas áreas de infraestrutura, mobilidade urbana, saúde e educação, entre outros setores. "Com planejamento, estamos superando os desafios e chegaremos em 2020 com uma expectativa das melhores", destaca.
O DIA: Quais são os desafios no segundo mandato?
Rodrigo Neves: No primeiro mandato tínhamos quadro muito difícil, com dívidas, salários atrasados, equipamentos públicos fechados. Então, desenvolvemos o plano estratégico Niterói que Queremos, com a sociedade civil e empresários. Foi o primeiro plano de longo prazo que a cidade já estruturou e que prevê o município para os próximos 20 anos. Ele, aliás, permitiu reconquistar bons indicadores. No segundo mandato iniciamos novo ciclo de reformas com objetivo de proteger o município do cenário caótico da administração estadual. Criamos as 47 medidas do Niterói Resiliente, que preveem diversas ações, como código de ética municipal, modernização e transparência da administração, etc. Foi fundamental para que a cidade pudesse atravessar o período com conquistas.
Quais foram as conquistas?
Inauguramos, por exemplo, o Túnel Charitas-Cafubá, temos 100% de água tratada e estamos chegando a 100% de esgoto tratado, com novas estações de tratamento e adutoras. Inauguramos 24 novas escolas e temos todas as crianças matriculadas na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Construímos novos hospitais, como o Getulinho e o Mário Monteiro. Tínhamos, em 2012, 50% de cobertura do Programa Médico de Família. Atualmente são 90% de cobertura. Estamos iniciando agora um terceiro ciclo de investimentos em infraestrutura.
Na prática, onde serão feitos os novos investimentos?
Nosso foco é no desenvolvimento econômico local, na recuperação dos espaços públicos, na sustentabilidade e na qualidade de vida. Teremos o Mercado Municipal, fruto de uma Parceria Público Privada (PPP) e inspirado no Mercado da Ribeira, em Lisboa. Temos ainda o projeto de revitalização da orla (Gragoatá, Icaraí, Boa Viagem, entre outros), fortalecendo tais espaços e garantindo o desenvolvimento social e turístico. Há também o primeiro BHLS (Bus with High Level of Service ou ônibus de serviço de alto nível), que vai operar na Região Oceânica. Vamos iniciar projeto o Parque da Lagoa de Piratininga, o parque urbano mais sustentável do Brasil. Vamos construir ainda o Museu do Cinema, o primeiro dedicado à sétima arte no país. E a Alameda São Boaventura será totalmente revitalizada, com corredor de transporte, ciclovia, calçadas acessíveis e novo paisagismo. Todos os investimentos vão virar realidade nos próximos dois anos.
Niterói tem muitos atrativos turísticos. Como a cidade tem trabalhado o turismo?
No primeiro mandato aprovamos a lei de incentivo para hotéis e hostels, e mais do que dobramos o número de leitos. Organizamos calendário anual de eventos esportivos e culturais. Fizemos planejamento integrado com o Ministério do Turismo e a Riotur. Desenvolvemos com o Sebrae projeto de polos gastronômicos. Vamos consolidar nossa vocação turística.
A Segurança é um problema que aflige as cidades do Estado do Rio. Como Niterói trabalha a Segurança Pública?
Criamos o Pacto Niterói Contra a Violência, no inicio de 2018, junto com forças policiais e sociedade civil, aproveitando as experiências de Nova York e Medelín. Ele estabelece ações de prevenção, com foco na juventude, nas famílias em maior vulnerabilidade social, além de privilegiar a inteligência. Temos ainda o Niterói Presente, que tem dado resultados satisfatórios. Somos a única cidade da Região Metropolitana que conseguiu reduzir todos os índices de violência. Mas temos um longo caminho a percorrer. Não vou descansar enquanto não tivermos Segurança Pública decente. A partir de dezembro vamos ter novas ações. Entre elas, a premiação em R$ 8 mil para o policial ou guarnição que apreender fuzis.
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