Rio - Daqui a dois dias, os moradores de Iguaba Grande voltarão às urnas para decidir quem assumirá o comando da cidade até o fim de 2020, substituindo o prefeito interino Balliester Wernec. Com cinco candidatos, a disputa promete ser bastante acirrada, e recente decisão da 181ª zona eleitoral, do TRE-RJ, causou ainda mais tensão em torno do pleito deste domingo.
A decisão da juíza Maira Valeria Veiga de Oliveira, do dia 25 de maio, acolheu parecer do Ministério Público Eleitoral de ação de investigação judicial eleitoral pedida pela coligação Unidos pelo Desenvolvimento de Iguaba Grande, de Rodolfo Pedrosa (candidato a prefeito) e Nilson Amorim (vice-prefeito). Nela, eles acusam a chapa Avança Iguaba Grande, de Vantoil Martins (PPS) e Alexandre Carvalho, e o prefeito interino Balliester Werneck (PP) de abuso de poder político, econômico e de meios de comunicação.
A magistrada determinou "a suspensão dos efeitos financeiros de todas as contratações, nomeações de cargos em comissão e designações de funções gratificadas realizadas a partir de 22 de abril". A decisão também ordena "a suspensão de todas as inaugurações até o término do pleito eleitoral". O processo, contudo, será julgado após as eleições. Se condenados, Vantoil Martins e Alexandre Carvalho poderão ter o registro de candidatura cassado e ficar inelegíveis por oito anos.
O abuso de poder, por sinal, foi criticado pelos adversários da chapa Unidos pelo Desenvolvimento de Iguaba Grande, que aplaudiram a decisão judicial. Para o candidato Washington Tahim (PSL), a Justiça Eleitoral agiu para proteger a legitimidade da eleição. "Abuso de poder econômico é crime covarde. A Justiça fez o que tinha de ser feito e nos traz a sensação de estarmos protegidos pela legalidade que cabe a ela promover", disse.
O candidato Jeffinho do Gás (PTC) conta que chegou a ser procurado por várias pessoas que foram demitidas. "Tomei ciência de que foram centenas de casos que passaram a ocorrer justamente após o prefeito interino declarar seu apoio ao tal candidato", lamentou.
Vantoil Martins disse que a ação é uma representação do candidato Rodolfo Pedrosa (PR) contra o prefeito Balliester Werneck. "Na narrativa é alegado que as ações do prefeito interino me beneficiam. Porém, não é o caso, pois as supostas demissões mais me prejudicam do que me ajudam. Será demonstrada em nossa contestação a improcedência da denúncia e não tem nenhum fato que possa atrapalhar a minha candidatura", comentou. Em nota, Werneck informou "que desconhece o teor do processo, uma vez que ainda não foi notificado". O candidato Miqueias Gomes (MDB) não foi localizado para comentar a decisão.
