Gás natural é um dos principais temas da Brasil Offshore, que é realizada até amanhã em Macaé   - divulgação
Gás natural é um dos principais temas da Brasil Offshore, que é realizada até amanhã em Macaé divulgação
Por O Dia
Rio - O Brasil está próximo de entrar em uma nova era energética. Especialistas apontam que as reservas de gás natural — no Estado do Rio, elas estão na Bacia de Campos, no Norte Fluminense — poderão ser responsáveis por novo ciclo de desenvolvimento econômico, gerando emprego e renda. Não à toa, o combustível é um dos principais temas da décima edição da Feira Brasil Offshore, que começou na última terça-feira e vai até amanhã em Macaé.
De acordo com a gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan e diretora da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Karine Fragoso, já estão programados investimentos de mais de R$ 240 bilhões em projetos para médio e longo prazos. Ela esclarece, contudo, que o valor mas poderá ser maior.
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"O número é potencialmente maior na medida que for realmente efetivada essa abertura de mercado, permitindo acesso livre, separando comercialização de distribuição, quebrando monopólio de transportes, atraindo novos agentes e usos para o gás. O gás tem capacidade de transformar a economia do Estado do Rio", garante. 
De olho no desenvolvimento, o prefeito de Macaé, Dr. Aluízio, destaca a importância do setor na economia da região do Norte Fluminense. "O gás representa hoje a capacidade de atender a dois pontos centrais da indústria: a necessidade de diversificação de investimentos e a demanda por energia. Acreditamos que um ciclo virtuoso se inicia na cidade", destaca.
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Ainda segundo o prefeito, o potencial da transformação do gás produzido na Bacia de Campos em energia, com a instalação de termelétricas na cidade, confirma a perseverança da indústria offshore instalada em Macaé. Para Dr. Aluízio, ao ser capaz de enfrentar período de recessão, desde 2014, o setor tem o potencial para se reerguer.
"A cidade viveu um período de inflexão e reavaliação sobre diversos aspectos influenciados pela indústria do petróleo , que agora se renova com gás. Nos preparamos para esse novo momento. Agora esperamos do mercado as decisões necessárias para viabilizar os negócios cujo resultado principal é reabrir oportunidades de trabalho. Só assim Macaé se consolidará novamente", conclui Dr. Aluízio.

A geração de emprego também é uma das apostas do mercado com o desenvolvimento do setor de gás. Karine Fragoso quantifica que, a curto e médio prazos, os investimentos deverão gerar em torno 40 mil empregos. "Não é só o mercado de gás, mas todas as atividade econômicas em que o combustível possa ser o motor do crescimento. No rastro do desenvolvimento do gás também criamos condições para outros setores da economia se desenvolverem também", avisa.
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Para Felipe Quintanilha, secretário de Desenvolvimento Econômico de Campos dos Goytacazes, o setor de gás é a nova menina dos olhos e a regulamentação será essencial para o Norte Fluminense. Segundo ele, a perspectiva é que a indústria do petróleo e gás ainda gere nos próximos 14 anos alguns milhões de empregos. 
"E esperamos neste 2019 já enxergar essa retomada. A exploração nos chamados campos maduros e a revitalização deles na Bacia de Campos, confirma ainda mais isso, até porque as reservas garantem algumas décadas de vida útil pela frente só nos campos maduros, sem contar os campos no pré-sal", avalia Quintanilha. 
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Feira atrai milhões em negócios
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A Brasil Offshore é uma das feiras mais importantes do setor de óleo e gás do Brasil. Neste ano, são mais de 600 expositores nacionais e internacionais, além da realização de diversas conferência técnicas. Em sua décima edição, o evento tem como tema 'A Plataforma de Retomada para Grandes Negócios'. 
De acordo com a organização da Brasil Offshore, a feira promete receber mais de 50 mil visitantes até amanhã, quando termina o evento. Ainda segundo os organizadores, também são esperados investimentos de mais de US$ 300 milhões. 
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"Isso faz com que a gente fale com todo o sentido que esse é o terceiro maior evento offshore do mundo, atrás das que são realizadas em Houston e Aberdeen. Não só colocando Macaé no cenário nacional mas a gente está posicionando a cidade no cenário internacional", pontua Paulo Otávio de Almeida, vice-presidente da Reed Exbithion.