Por karilayn.areias

Rio - Fazendas do ciclo do café, habitadas por barões que hospedaram membros da família imperial. O Quilombo São José da Serra, no distrito de Santa Isabel, é o mais antigo do estado, e mantém as tradições africanas. O distrito de Conservatória, apontada como o berço dos seresteiros, também atrai ufólogos de todo o país para observar a presença de OVNIs.

Foto de pesquisadores%2C na década de 90%2C usada no livro ‘OVNIs na Serra da Beleza’%2C de Marco PetitDivulgação

Em uma área de 1.305 km², a segunda maior do estado, Valença aposta as fichas na diversidade da própria história, espalhada por seis distritos, para atrair turistas vindos de todo o país e até mesmo do exterior. Entre hoje e amanhã, a cidade irá sediar a sexta etapa regional do Mapa Estratégico do Comércio, do Sistema Fecomércio RJ, reunindo empresários e representantes do poder público para discutir propostas de crescimento.

O empresário Marco Torres, presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sicomércio) de Valença, acredita na necessidade de criação de uma rota turística, até para explorar todos os atrativos para quem vem de fora. A entidade representa 3 mil empresas na região,que também abrange os comércios de Vassouras e Rio das Flores. “É preciso fazer um trabalho com continuidade e saber explorar o turismo, qualificando os nossos meios de transporte. O comércio também precisa se adaptar e se qualificar”, argumenta.

Terra da sambista Clementina de Jesus, a neta de escravos que deixou o local para se tornar a rainha do partido alto no Rio, Valença foi a cidade com a maior quantidade de escravos do estado no ciclo do café, com uma população que chegou a 24 mil pessoas escravizadas. “Se eles tivessem informação de que eram tantos, teriam se rebelado e tomado tudo”, observa João Mendonça Everton, secretário municipal de Cultura, lembrando que havia apenas 4 mil não-escravizados.

Hoje, fazendas da época estão abertas à visitação. Na Vista Alegre, há sarau musical e brunch. Enquanto isso, 200 descendentes de escravos que vieram do Congo, Guiné e Angola conservam sua identidade cultural do mesmo período histórico no Quilombo São José da Serra. É o caso do jongo, dança de roda que deu origem ao samba. “Os negros aproveitavam as festas com jongo no terreirão do café e fugiam para o quilombo. Precisamos de investimento para continuar desenvolvendo nossa cultura”, argumenta Toninho Canhão, líder de um quilombo que cultiva o passado na esperança de um futuro melhor. 

Registros de OVNIs motivou projeto para observatório

À noite, um homem seguia a pé na parte mais alta da estrada que liga os distritos de Conservatória e São José do Rio Preto, em Valença, quando viu um objeto com dez metros de diâmetro no meio da via, de chão batido. Ao se aproximar, enxergou dois seres com 1,20 metro de altura, recolhendo material dali. Depois, entraram nesse objeto e deixaram o local voando.

Há, ainda, relatos de motoristas, incluindo policiais militares que passavam com viaturas pela área e eram seguidos de perto por esses objetos voadores. Quando isso acontecia, os motoristas relatam que os veículos sofriam panes.

Os casos fazem parte das 400 histórias de moradores que integram o livro ‘OVNIs na Serra da Beleza’, do ufólogo Marco Antônio Petit, escrito com base numa pesquisa com mais de 600 vigílias noturnas entre 1982 e 2006. “Esse trabalho demonstrou que a Serra da Beleza é uma das mais ricas em aparições de UFOs do mundo”, relata o autor.

Histórias que despertaram a atenção da imprensa internacional, como o ‘History Channel’ e uma emissora francesa. E também motivaram Petit a participar de um projeto orçado em R$ 5 milhões, que previa a criação de um observatório ufológico e de um centro de documentação, onde as pessoas teriam acesso às informações coletadas lá. “Mas não deu em nada, devido à falta de apoio financeiro”, lamenta Petit.

Apesar do fim do projeto, há dez anos, ufólogos de todo o país continuam visitando a região para registrar a aparição de OVNIs na área.

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