Por karilayn.areias

Rio - Planejadores de viagens em tempo real para garantir mais segurança e regularidade nos deslocamentos. Assim o Moovit e o Trafi foram anunciados pela prefeitura como aplicativos credenciados para orientar cariocas e turistas nos transportes públicos durante a Olimpíada. Mas testes feitos pelo DIA com passageiros revelaram muitas falhas nas tecnologias, que deixam qualquer um perdido. Rotas ilógicas apontadas como “recomendáveis”, imprecisão sobre o tempo de chegada dos ônibus e trajetos errados para caminhar até o ponto foram alguns dos problemas.

Os estrangeiros Claudia e Willy sentiram falta de sinalização nos pontosSandro Vox

Voluntários da Rio 2016, a colombiana Claudia Quiroga, de 37 anos, e o peruano Willy Aragon, 44, estavam na Avenida Atlântica, em Copacabana, na quinta-feira, e queriam seguir para o Terminal Alvorada, na Barra daTijuca. Convidados pela reportagem, eles testaram os apps e quase embarcaram numa ‘furada’.

Às 12h20, o Trafi sugeriu como ‘recomendável’ um trajeto que demandaria baldeações exageradas: andar oito minutos até a estação Siqueira Campos do metrô, pegar a Linha 1 sentido Uruguai, trocar para a Linha 2 em Botafogo, saltar no Maracanã, embarcar no trem da SuperVia, descer em Madureira e pegar o BRT para o Alvorada. O programa estimava o percurso em uma hora e 47 minutos, por R$ 11,60.

Ao pesquisar a linha Integrada 1 (cujo trajeto levaria uma hora, sem baldeações), o Moovit orientou que se deslocassem para o Rio Olinda Hotel por um caminho incompatível, sendo que bastava atravessar uma rua. Além disso, o ônibus também pararia no ponto onde eles já estavam. Às 11h49, o Moovit indicava que o coletivo chegaria naquele instante ao hotel, mas apareceu 18 minutos depois. Às 11h29, passou a Integrada 8, mas o Moovit disse que ela só viria em oito minutos.

A Secretaria Municipal de Transportes informa que os apps estão na fase de incorporação de dados e cobrará a oferta de dados mais precisos.

Erros na sinalização confundem

Sinalizações desencontradas nas ruas se somam aos erros dos apps. A professora Elisângela Oliveira, 40, queria embarcar na linha 422 em frente à prefeitura, na Cidade Nova. O Trafi apontou que ele pararia no BRS 4. No entanto, todos os coletivos da linha pararam no BRS 1, 3, 5.

Já o vidro dianteiro dos veículos da 422 trazia a inscrição BRS 2. O Moovit orientou a passageira a esperar no BRS 2, 4, mas era difícil descobrir a localização do ponto, já que as informações na placa afixada na estação estavam apagadas. Dessa vez, os dois aplicativos acertaram a previsão de chegada do ônibus.

Apps explicam sobre rotas

A Trafi explicou que a rota ‘recomendável’ é a mais rápida, mas o app também adequa as rotas favoritas sugeridas por usuários. Quanto ao teste na Cidade Nova, ressaltou que muitas alterações de rotas são atualizadas com dados da prefeitura.

Sobre as orientações para pegar a Integrada 1, o Moovit justificou que o ponto de ônibus mais próximo é o do Rio Olinda Hotel e que as instruções imprecisas podem ter a ver com o GPS do celular ou a rede de internet. Sobre os erros no tempo de chegada, diz que utiliza dados de localização dos ônibus e que a linha 422 está programada para passar no BRS 2.

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