Por karilayn.areias

Rio - Um em cada cinco motoristas brasileiros já perdeu algum parente vítima de acidente viário e apenas 5,4% consideram o trânsito seguro no país. Mesmo assim, um em cada quatro dirige, ainda que raramente, após consumir bebida alcoólica. Quase metade (48,7%) nem sempre respeita os limites de velocidade. E a maioria (51,8%) admite utilizar celular ao volante.

Falha humana motiva 90% dos acidentes%2C diz entidade de segurançaArquivo

Os dados são de pesquisa encomendada pelo grupo Arteris, que opera cinco rodovias federais, e revelam incoerência entre os modos de pensar e agir — apesar dos delitos admitidos, 88% dos entrevistados afirmaram que seu comportamento no trânsito é seguro. “Muitas pessoas acham o trânsito inseguro, mas cometem infrações. Falta conscientização. Fica a impressão de que o problema não é meu até que aconteça comigo”, define Odílio Ferreira, diretor da Autopista Fluminense, da Arteris.

Há 12 anos, o pai da jornalista Flávia Pupo, 31, morreu em capotamento no Paraná. Chovia quando o representante comercial de 39 anos ultrapassou um caminhão em uma curva. A filha acha que a atitude do pai reflete a sensação de autoconfiança dos condutores: “Como era acostumado com a estrada, achou que nada poderia acontecer.”

O levantamento foi feito com 1.030 pessoas pela Limite Consultoria e Pesquisas, de 15 a 26 de agosto. A mostra retrata a distribuição de motoristas no território nacional.
Segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), 90% dos acidentes ocorrem por falhas humanas. Apenas 5% estão associados a falhas no veículo e os outros 5%, a problemas nas vias. “Percebe-se a característica cultural de se atribuir a culpa a terceiros”, avalia Paulo Guimarães, diretor do ONSV. Guimarães defende que a tecnologia poderia ser inserida no processo de formação de condutores para aprimorar a didática das aulas, estimulando a atenção dos alunos da era digital, e para coibir fraudes na obtenção da habilitação.

Na Semana Nacional do Trânsito (18 a 25/9), uma notícia positiva: a Polícia Rodoviária Federal registra quedas sucessivas de acidentes nas rodovias federais desde 2011. No primeiro semestre de 2014, houve 86.021 casos. Caiu para 71.547 em igual período de 2015 e para 48.701 nos primeiros seis meses de 2016 — queda de 43,3% em dois anos. A PRF aponta razões como avanço da tecnologia veicular, endurecimento de sanções para ultrapassagens irregulares, Lei Seca e aumento de eficiência das fiscalizações, com foco em pontos críticos. 

10 REGRAS DE SEGURANÇA NO TRÂNSITO:

Todos os ocupantes do veículo devem usar cinto, inclusive no banco traseiro.

Crianças de até 7 anos e meio devem usar os equipamentos de proteção adequados à idade.

Pedestre deve sempre ser respeitado. Lembre-se: você também é pedestre.

Dirigir embriagado eleva em até 25% o tempo de reação, aumentando risco de acidentes. Se beber, vá de ônibus, táxi ou carona.

Bicicleta deve respeitar a sinalização. Motorista, mantenha distância de 1,5m ao ultrapassar ciclistas.

Respeite os limites de velocidade. Reduza a velocidade em frente a escolas ou locais com muitos pedestres.

Motociclista, proteja-se sempre com capacete, luvas, botas e jaqueta.

Respeite as vagas reservadas para idosos e deficientes. Gentileza melhora a convivência no trânsito.

Não use o celular enquanto dirige. A distração é um dos principais fatores de risco.

Dirigir cansado ou com sono é tão perigoso quanto alcoolizado. Descanse antes.

Fonte: ONSV

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