Determinação, garra, disciplina e superação. Estes foram os ingredientes que levaram Michel Gomes, da canoagem, e Júlio Cezar Braz, do rúgbi em cadeira de rodas, aos Jogos Paralímpicos 2016, que começa dia 7 de setembro e vai até dia 18. Os dois paratletas são moradores da Baixada Fluminense e vão representar o Brasil em suas respectivas modalidades.
Nas águas da Lagoa Rodrigo de Freitas o público vai presenciar duas estreias na competição: da canoagem e do Michel. Há três anos ele conheceu o esporte. Com a perna direita atrofiada pela poliomielite na infância, ele se dividia entre os treinos e a profissão de mecânico e não se arriscou em qualquer esporte até passar dos 30 anos.
Para se livrar do sobrepeso, entrou em uma academia de musculação e foi apresentado ao halterofilismo, até descobrir o remo adaptado pela TV e se encantar. Determinado a aprender a nova modalidade, Michel foi até a sede do remo do Flamengo, na Gávea, clube pelo qual ele treina hoje.
Todos os dias ele acorda no meio da madrugada, às 3h30, e sai de Duque de Caxias, onde mora, rumo à Gávea para treinar. “É cansativa a rotina, mas desde que conheci o remo foi um caso de paixão e superação. Quero mostrar que, mesmo com limitação, tudo é possível. O esporte me abriu portas e hoje eu vivo dele, não preciso mais me dividir em uma dupla jornada. Espero que represente bem o Brasil”.
Bravura, habilidade e resistência são quesitos para praticar o rúgbi em cadeira de rodas. Características que Júlio Cezar, de Mesquita, tem de sobra e que foram fundamentais para a convocação par a seleção brasileira. “Se depender de mim, vamos sair com a medalha de ouro dos Jogos”, aposta.
Em apenas dois anos de carreira ele conquistou o título brasileiro em sua modalidade, disputou seu primeiro campeonato internacional (o Metro Cup, na Polônia) e já recebeu vários prêmios de atleta revelação e artilheiro. Hoje, Júlio joga profissionalmente no Minas Quad Rugby, viaja uma vez para lá e participa dos treinos.
O talento de Michel e Júlio prometem resultados promissores. Daqui a nove dias eles irão da Baixada para o mundo. Então, que venham as medalhas, porque a torcida já está organizada.