Por paulo.gomes

Rio - Aos 47 anos, Rita Duarte, microempreendedora individual, dona da Terra dos Chocolates, precisava entender melhor os problemas econômicos que o país está enfrentando, para decidir qual caminho seguir em seu negócio. A professora Regina Lopes, 64 anos, proprietária da Escola Índio Amigo, se interessa por qualquer evento sobre educação, sempre atrás de mais conhecimento para dividir com seus mais de 120 alunos e 30 colaboradores. A Patrícia Azevedo, 40, do Empório Estiva, está em busca de novas ideias para desenvolver a economia da região e beneficiar todos os empreendedores da sua cidade. Essas três comerciantes reuniram-se a outras dezenas no Encontro Regional do Mapa Estratégico do Comércio, realizado pelo Sistema Fecomércio RJ, em Miguel Pereira, Centro-sul do estado.

Para o economista Márcio Couto%2C a crise também traz oportunidadesDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

O evento, que termina nesta sexta-feira, é o segundo de uma série de reuniões, onde são debatidos temas que afetam diretamente a economia do estado e o desempenho do setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, como Educação, Segurança, Infraestrutura e Ambiente Empresarial.

Formulado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Mapa reúne dados socioeconômicos das oito regiões fluminenses (Centro Sul, Costa Verde, Médio Paraíba, Noroeste, Norte, Serrana, Baixada Litorânea e Metropolitana), além de identificar vocações e oportunidades.

Na quinta-feira, primeiro dia do evento, foram realizados painéis sobre temas como a identificação de oportunidades para a região e desenvolvimento de vocações; fortalecimento do setor; qualidade dos serviços; desafios para cidades inteligentes e sustentáveis e educação profissional. Um dos palestrantes, o economista Márcio Couto, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, destacou que o momento de crise pode ser a oportunidade para o comércio crescer de forma mais pujante. “A ideia do Sistema Fecomércio de fazer um trabalho de estímulo às atividades é muito legal”, diz.

Turismo é a aposta para a região

Na avaliação do economista Márcio Couto, as atividades de comércio e turismo são as que melhor atendem à vocação da região de Miguel Pereira, que é cercada de muito verde e com um dos ares mais puros do mundo. “O momento é muito propício para explorar aspectos da natureza e a sustentabilidade. Fazer movimentos, como festivais, também é uma iniciativa muito promissora”, sugere Couto.

Para o diretor da Fecomércio do RJ e presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Miguel Pereira e Paty do Alferes, Leôncio Lameira de Oliveira, o turismo na região não é tão forte porque falta um embelezamento maior da cidade para atrair o turista.

“Precisamos melhorar a limpeza, urbanização e o paisagismo de Miguel Pereira. Tem que ter flores, cores, beleza, tem que adoçar os turistas. São medidas simples que podem remover esse marasmo”, aposta Oliveira. Segundo ele, o sindicato vai promover debates com futuros candidatos à prefeito para arrancar compromisso com o desenvolvimento da cidade. “Vamos contaminar os candidatos com novas ideias”, prometeu.

Segundo os dados do Mapa do Comércio, a principal atividade econômica do Centro-sul fluminense é o comércio de bens e serviços e turismo, que gera 24 mil postos de trabalho, respondendo por 36% dos empregos formais da região. O evento prossegue hoje, com palestras sobre o financiamento empresarial para o setor de Comércio e Serviços, desburocratização e empreendedorismo.

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