coluna suburbano - Divulgação
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Por O Dia
Dizem que elas só mudam de endereço. As manias, jeitos, reclamações e dramas estão lá, as soluções que nos mantêm vivos e atentos; o cuidado e o carinho, muitas vezes negligenciados pelos homens, também, independentemente de onde vivem, com quem vivem. As mães suburbanas são figuras importantíssimas quando falamos de subúrbio carioca, desde o seu princípio. Falemos brevemente sobre isso.

Historiadores falam muito sobre os operários, mas se diz muito pouco sobre quem sustentou os afetos, quem acompanhou o dever de casa, quem segurou a onda quando o pai sumia, quem dava o aperto quando precisava. O papel da mulher no desenrolo cotidiano das famílias pobres foi essencial, pois eram elas que estavam em casa, mantendo contato com a vizinhança, no início do século 20. Não haveria uma relação de vizinhança íntima como temos nos subúrbios até hoje sem elas, mães ou não.

Falo como filho único que com oito anos viveu o processo de divórcio. Vi minha mãe trabalhando na feirinha do Olaria, depois sendo manicure. Foi minha mãe quem tocou a casa praticamente sozinha e sempre prezou para que eu tivesse, acima de tudo, uma formação e educação. Meu pai, apesar da separação, sempre nos ajudou até quando pôde, e sou muito grato por isso, mesmo sabendo que nem sempre acontecem desse jeito em outras situações.

Não tenho como falar de subúrbios sem lembrar delas e suas promessas de fuga, dizendo que vão SUMIR (com ênfase, assim mesmo) quando alguém atrasa seus afazeres, ou que apela para um drama maior: “quando eu morrer, vocês vão sentir falta”. Seja por causa de pote, ou por causa da pia recém-limpa, o drama é certo, o amor, infinito, a pressão social para ser perfeita, imensa.

É notório que ser mãe hoje não tem mais a ver somente com a casa e filhos: a divisão de tarefas, enfim, ganhou espaço nos lares. Desvalorizada ao longo da História, é hoje quem mais sustenta as casas, provedoras, correria pura. Portanto, homens, melhorem! E um brinde a essas maravilhosas!


"Mãe é quem cria!"
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Não poderíamos deixar de falar dessas mães que, mesmo não tendo dado a luz, tomaram a responsabilidade do afeto para si. E aí entram em cena, por exemplo, as mulheres da família que eram próximas à progenitora. Tias, primas, avós… afinal, avó é a segunda mãe. Quem cria é que forma o cidadão e a cidadã, ensina as primeiras palavras, auxilia nos passos, abraça quando se passa por momentos ruins, briga para ver o bem. Não é preciso ter carregado na barriga para ser mãe. Por isso, não são menos importantes do que as mães biológicas aquelas que se dispõem a levar adiante a missão de cuidar e formar.

Por falar de tapaués…
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Quais as manias da mãe de vocês? Se abrir o armário da cozinha da casa da minha mãe e da minha sogra, vocês verão potes de diferentes tamanhos, cores, formatos, estampas. Tampas soltas, pote quebrado que serve pra outra coisa, pote de sorvete que vira tapaué e nos engana por estar guardando feijão, embalagem de margarina… enfim. O ciúme desses objetos é marcante, assim como com os marinex. Mas pote é assunto muito sério dentro de um lar: já viu aquelas que marcam com um esmalte rebú o recipiente? Então, se você, futura mamãe, ainda não chegou a esse ponto, pode crer que sua hora vai chegar...