Máscaras coloridas - Vitor Almeida
Máscaras coloridasVitor Almeida
Por O Dia

Desde o dia 18 que o prefeito Marcelo Crivella decretou a obrigatoriedade do uso de máscaras na cidade do Rio. E mesmo certo de que uma parte da população, confiante em sua saúde de ferro, como quem tem peito de aço, não está acatando a decisão, aproveito para falar sobre o que tem no desenrolar dos fatos desse momento.

O novo apetrecho do cotidiano carioca está por aí, sobre as bancadas improvisadas dos camelôs cariocas. Nos subúrbios, obviamente não poderia ser diferente: em Santa Cruz, por exemplo, mesmo com as recomendações que ainda estão vigorando para ficarmos em casa, a cantoria nas calçadas da rua Felipe Cardoso anunciam máscaras de diversas estampas, tamanhos, materiais e valores. Não é difícil vermos aglomerações ao redor de alguns, com mãos que se cruzam sobre a bancada para escolher.

Tem aquelas personalizadas, com logotipos de marcas famosas, ou com a estampa com tema militar, camuflada. Já vi por aí rodarem com uma que tem o sorriso do Coringa.

A necessidade é o motor dessa criatividade. A informalidade no Rio, entre 2015 e 2019, cresceu quase 25% — o triplo da média nacional. É também o ingrediente da imaginação fértil que permite que se previna contra o coronavírus à sua maneira para enfrentar a situação de forma mais leve.

O que chama a atenção nessa situação é a capacidade desses informais em se adaptarem à necessidade do momento. Basta vermos o exemplo de dias de chuva, quando logo brotam nas esquinas muitos deles oferecendo guardas-chuvas de diversos tamanhos. De onde brotam, nunca saberemos.

Na Zona Norte, solidariedade
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Na outra ponta, devemos louvar atitudes como a da Patricia Pierro, lá de Quintino, que aproveitou a sobra de seus materiais de confecção para produzir máscaras e doar para quem precisa se prevenir. Eu mesmo ganhei para toda a família, assim que ela soube que estou entre o grupo de risco por causa da minha asma. Ela e o marido vestiram as suas peças e, neste último domingo, foram fazer as entregas que já estavam no aguardo de ganhar o mimo. Ela prometeu produzir até durarem seus materiais, mas tem quem queira ajudá-la a continuar ajudando.
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E, na Zona Oeste, preocupação…
Campo Grande é o bairro suburbano que aparece entre os primeiros nos casos de óbitos causados pela covid-19. É onde, também, a prefeitura testou o seu drone que tem — ou tinha — o objetivo de identificar aglomerações e desfazê-las por meio de alto-falante. Entretanto, o que era pra combater a aproximação de pessoas acabou promovendo: o número de curiosos para ver o drone da prefeitura em ação no calçadão de Campo Grande foi registrado pelos jornais. Tinha até gente tirando foto do objeto, como se fosse um evento ou uma celebridade.
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