Rio - Chegando ao centro de um dos bairros mais populosos do Brasil, encontramos um bloco de pedra bem em frente a uma loja de eletrodomésticos: ali, o Marco 11, demarcava a chegada nas terras imperiais de Santa Cruz, localizando quem vinha da então distante cidade, rumo aos interiores. A viagem começava em outro bairro também imperial, o de São Cristóvão, onde fica o palácio da Quinta da Boa Vista, residência real.
Quando falamos sobre o passado imperial do Rio de Janeiro, lembramos do Paço Imperial, no centro da cidade, e de São Cristóvão, que leva o título de bairro imperial em seu nome. Porém, esquecemos de outro bairro imperial, que acaba ficando — literalmente — nas margens da história.
Santa Cruz guarda em algumas ruas e prédios do bairro o seu passado histórico: em seu centro, temos as ruas D. Pedro I, Dona Januária e a Avenida Isabel; indo em direção à Avenida Brasil, passamos em frente ao hospital D. Pedro II, que tem à sua frente os muros de pedra da Casa do Sal, onde os trabalhadores da Fazenda Imperial recebiam seus salários. A sede desta mesma fazenda hoje abriga o 1º Batalhão de Engenharia de Combate Villagran Cabrita.
Antes de Petrópolis, o local era onde as famílias imperiais tiravam seus dias de veraneio. Era onde, por exemplo, D.João VI fazia suas caçadas e seus filhos, Pedro e Miguel, praticamente cresceram.
Conta a história que foi por lá também que o já crescido e futuro herdeiro do trono brasileiro, Pedro I, teria se reunido com José Bonifácio antes de declarar a independência do Brasil. Não só isso: teria sido onde o mesmo imperador passou seus dias de lua de mel com a princesa Leopoldina.
E foi com D. Pedro II, em 1842, que na Fazenda de Santa Cruz se instalou o primeiro telefone do Brasil, que ligava a localidade ao Paço Imperial.
Esses são só alguns fatos de uma história pouco contada nas páginas oficiais de nossa cidade, o que só prova que os subúrbios têm muito o que dizer não só para os cariocas, como para o Brasil!
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