Publicado 11/08/2020 06:00
Rio - É nesta quarta-feira o Dia Nacional das Artes. E expressar os sentimentos através do canto, a pintura, da atuação, da fala, da escrita é o ofício do artista. Em cidades como o Rio de Janeiro, as artes estão no grafite dos muros, nas poesias dos vagões dos trens, nos violões dos músicos de rua. Mas nesses últimos anos, produtores e produtoras dessas traduções de sentimentos têm sido combatidos de diversas formas por governos reacionários.
Nos subúrbios cariocas, tão lembrados pela musicalidade das rodas de samba e montagens de funk, ambos que desceram os morros e saíram das favelas para ganhar o asfalto, artistas andam entre nós, produzindo suas vivências em nossos bairros, ganhando as redes sociais ou algum calçadão movimentado.
E é bem verdade que, no Rio, o valor sobre as expressões artísticas têm CEP; é nessa cidade que, por exemplo, mais da metade das salas de cinema e museus estão concentrados nas áreas mais ricas, distante dos subúrbios. É aqui também que as fachadas históricas e espaços culturais, obviamento nos subúrbios, são depreciados e abandonados por falta de preservação e consciência.
A essência do carioca vem de nossos subúrbios, e isso já é mais do que um fato. Apesar de histórico de perseguições e criminalizações de expressões artísticas que vêm de nossos bairros, jamais devemos esquecer que a Arte é uma ferramenta importantíssima de resistência cultural e crítica sobre esses ataques aos nossos modos de vida precarizados. E quando essas expressões vêm daqui, têm um sentido muito especial: o de repensar nossa cidade como um espaço em que o Rio precisa ser mais suburbano e os subúrbios muito mais cariocas.
Nos subúrbios cariocas, tão lembrados pela musicalidade das rodas de samba e montagens de funk, ambos que desceram os morros e saíram das favelas para ganhar o asfalto, artistas andam entre nós, produzindo suas vivências em nossos bairros, ganhando as redes sociais ou algum calçadão movimentado.
E é bem verdade que, no Rio, o valor sobre as expressões artísticas têm CEP; é nessa cidade que, por exemplo, mais da metade das salas de cinema e museus estão concentrados nas áreas mais ricas, distante dos subúrbios. É aqui também que as fachadas históricas e espaços culturais, obviamento nos subúrbios, são depreciados e abandonados por falta de preservação e consciência.
A essência do carioca vem de nossos subúrbios, e isso já é mais do que um fato. Apesar de histórico de perseguições e criminalizações de expressões artísticas que vêm de nossos bairros, jamais devemos esquecer que a Arte é uma ferramenta importantíssima de resistência cultural e crítica sobre esses ataques aos nossos modos de vida precarizados. E quando essas expressões vêm daqui, têm um sentido muito especial: o de repensar nossa cidade como um espaço em que o Rio precisa ser mais suburbano e os subúrbios muito mais cariocas.
Da Praça Seca, André Gabeh
De Irajá, Márcia Falcão
Um dos bons exemplos dessa tradução de nossos cotidianos e territórios sai das tintas de Márcia Falcão. A irajaense já expôs sua arte no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, no Centro, mostrando a realidade de bairros como a Praça Seca. O quadro fez parte de uma obra que contou, através da pintura, um pouco do contexto da vivência suburbana com o infeliz quadro de violência urbana que faz vítimas diversas principalmente pelos subúrbios cariocas. Em seu Instagram (@marciafalcao_), Márcia expõe outros trabalhos que retratam nosso cotidiano.
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