Na caixa do autoteste contém manual de instrução, lanceta automática estéril, dispositivo de coleta de amostra, curativo adesivo e sachê com álcool - Divulgação / Marcelle Corrêa
Na caixa do autoteste contém manual de instrução, lanceta automática estéril, dispositivo de coleta de amostra, curativo adesivo e sachê com álcoolDivulgação / Marcelle Corrêa
Por Irma Lasmar
SÃO GONÇALO - Desde a última semana, a Policlínica Gonçalense de Referência para Doenças Crônicas e Transmissíveis Cazuza, no bairro Parada 40, está disponibilizando autotestes para a detecção do HIV. O exame é gratuito, seguro e permite ao paciente resultado em até 15 minutos, além de poder ser realizado onde e quando a pessoa quiser, inclusive em casa. O município hoje trata 4.222 pacientes soropositivos com coquetel antirretroviral. Segundo a coordenadora do programa municipal IST/AIDS e Hepatites Virais, Monique Gonzalez, o teste é feito a partir da coleta de uma gota de sangue. “Esse exame é indicado para uso doméstico, como um autoteste de triagem inicial, conseguindo detectar a presença do vírus HIV”, conta ela. A caixa contém manual de instrução, lanceta automática estéril, dispositivo de coleta de amostra, curativo adesivo e sachê com álcool. 

Ainda de acordo com a coordenadora, as orientações são passadas no momento da retirada do autoteste. Cada pessoa, munida de documento com foto, pode retirar até cinco autotestes por mês. O exame é fácil e rápido, semelhante a um teste de glicemia. Mas os usuários com resultado positivo no autoteste devem refazer o exame em uma das três unidades de referência da cidade: Policlínica da Parada 40, Clínica da Família Dr Zerbini, no Arsenal, e no Polo Sanitário Hélio Cruz, no Alcântara.
Em funcionamento desde março, a Policlínica Cazuza, responsável pelos atendimentos para sífilis, HIV e hepatites virais, realiza em média, semanalmente, cerca de 300 atendimentos de testagem rápida, acolhendo moradores do município e regiões vizinhas como Maricá, Itaboraí e Niterói. Fica na Rua Dr. Francisco Portela n° 2421, na Parada 40, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Diversos profissionais, como infectologistas, hepatologistas, nutricionistas, ginecologistas, psicólogos, assistentes sociais, dentistas e pediatras realizam o tratamento dos portadores do vírus da AIDS após a confirmação do diagnóstico. As unidades de saúde também distribuem preservativos e material educativo para a população.

Em outubro do último ano, São Gonçalo foi o primeiro município do estado do Rio a receber o equipamento de carga viral rápida para HIV e hepatite C e realizar os exames de forma espontânea e sem restrição aos demais municípios. Encaminhado pelo Ministério da Saúde, o aparelho possui uma técnica de alta sensibilidade que detecta e quantifica a carga viral, ou seja, o material genético do vírus, e baseado nesse resultado é que o médico infectologista avaliará se o paciente está respondendo ao tratamento. Com a nova aquisição, os resultados, que antes levavam 15 ou 20 dias, são obtidos no mesmo dia do exame. E, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde, cada caso positivo é notificado. 
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De acordo com levantamento do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), a maior incidência de casos de HIV é de jovens entre 15 e 29 anos, com uma média de 15 novos casos por semana. “Damos toda a assistência aos pacientes que realizam tratamento aqui, com atendimento médico especializado e distribuição de medicamentos, trazendo qualidade de vida aos nossos pacientes”, garante o secretário municipal de Saúde, Jefferson Antunes. Em 2019, a Secretaria de Saúde de São Gonçalo aumentou o número do Serviço de Atendimento Especializado (SAE). Hoje, há três pontos do programa com testagem rápida e tratamento para o HIV (Centro de Referência, Polo Sanitário Hélio Cruz e Clínica Municipal Dr. Zerbini), com infectologistas e enfermeiros, além de também aumentar o número de Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).