Alan Rodrigues: 'Nosso trabalho é ser o ponto inicial de mudança na vida de todos aqueles que aceitam a ressocialização. Mostramos que é possível viver fora das ruas'
Alan Rodrigues: 'Nosso trabalho é ser o ponto inicial de mudança na vida de todos aqueles que aceitam a ressocialização. Mostramos que é possível viver fora das ruas'Divulgação
Por Irma Lasmar
SÃO GONÇALO - A Subsecretaria de Proteção Social Especial da Secretaria de Assistência Social realizou uma nova ação de acolhimento aos moradores em situação de rua, na noite de quinta-feira (6), desta vez no bairro Raul Veiga, precisamente na Praça da Bíblia – conhecida popularmente pelo seu primeiro nome, Praça Chico Mendes.
As assistentes sociais abordaram as pessoas que dormiam ao relento e ouviram suas histórias de vida e as circunstâncias que as levaram a sair de seus lares. A partir dessa aproximação, foi oferecido a elas o encaminhamento para o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop). Os usuários de drogas que aceitam o atendimento são levados para comunidades terapêuticas do município. A ação noturna integra as operações de acolhimento realizadas semanalmente pelo governo na cidade.
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“Nosso trabalho é ser o ponto inicial de mudança na vida de todos aqueles que aceitam a reintegração na sociedade e no convívio familiar. Mostramos que é possível ter uma vida fora das ruas”, destacou Alan Rodrigues, subsecretário de Proteção Especial.

Das pessoas em situação de rua que foram abordadas na ação, quatro foram identificadas como usuárias de drogas pela equipe de acolhimento, porém todas recusaram encaminhamento ao Centro Pop. Dois deles - um com residência fixa - já passaram pelo Centro Pop, mas voltaram às ruas. Um dos homens abordados, de 54 anos de idade, alcoólatra há vinte anos, estava em situação de rua em Copacabana e veio para São Gonçalo. Mesmo com a saúde debilitada, sentindo dores e com os dois pés feridos, recusou tanto o atendimento médico quanto o encaminhamento ao Centro Pop.
“É um trabalho complexo. Não podemos interferir diretamente na vontade das pessoas em situação de rua. São barreiras que enfrentamos todos os dias, mas não desistimos. Em um dia de ação a pessoa em situação de rua pode recusar o acolhimento, mas aceitar em outra oportunidade”, analisou o subsecretário. Não há lei que proíba ou criminalize a permanência nas ruas, por isso os sem-teto não são removidos compulsoriamente.