Na campanha, a mulher que entrar em um estabelecimento apresentando um "X" na palma da mão (ou em um pedaço de papel), está sinalizando que precisa de ajuda. Divulgação
Por Eric Macedo
Publicado 28/07/2020 18:42 | Atualizado 29/07/2020 00:24
A violência contra a mulher é um problema social que já vem sendo debatido por várias décadas. Por isso, o Conselho Nacional de Justiça em parceria com a Associação dos Magistrados Brasileiros e a Associação Brasileira Redes Farmácias Drogaria decidiram criar a campanha 'Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica', que está abrangido todo o país. No período do isolamento social (de 13 de março a 30 de abril) a proporção de crimes mais graves que ocorrem dentro de casa aumentou, como aponta o último relatório do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP).
A Prefeitura de São João de Meriti, por meio da Superintendência de Políticas para Mulheres abraçou a causa, que consiste em cadastrar farmácias e treinar funcionários para que recebam a denúncia por parte da mulher que entrar no estabelecimento apresentando um “X” na palma da mão (ou em um pedaço de papel) sinalizando que precisa de ajuda. Discretamente, o funcionário acionará a Polícia Militar (190), que já vem sendo capacitada para atender os chamados dos estabelecimentos e, a se possível, conduzirá a vítima até uma sala reservada do estabelecimento.
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Em entrevista concedida à prefeitura, a juíza Renata Macedo, do Juizado de Violência Doméstica e Especial Criminal de São João de Meriti e responsável pela campanha na Baixada Fluminense, ressaltou que os funcionários não serão conduzidos à delegacia como testemunhas, tão pouco arrolados em processos, sendo apenas comunicantes, ou seja, não serão envolvidos em nenhum caso.
Juíza Renata Macedo, do Juizado de Violência Doméstica e Especial Criminal de São João de Meriti e responsável pela campanha na Baixada FluminenseDivulgação
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“Assim que a mulher tiver a oportunidade de ir a uma farmácia, ela deve apresentar o ‘X’ ao atendente e ele vai acionar o socorro discretamente”, disse a magistrada.
A juíza ressaltou ainda que durante a pandemia, apenas em São João de Meriti, chegaram a ser expedidas cerca de 10 medidas protetivas por dia, ou seja, centenas de casos por mês. “Entendemos que é muito mais fácil para a mulher pedir ajuda na farmácia do que ir em uma delegacia de polícia. Então, peço a vocês que se sintam acolhidas pela justiça e pela Prefeitura de São João de Meriti. Denunciem seus agressores”, disse.
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Centro de Atendimento à Mulher – CEAM
A Prefeitura de São João de Meriti dispõe de um Centro de Atendimento à Mulher (CEAM), que acolhe cerca de quatro mil vítimas de agressão. Equipes da prefeitura já estão percorrendo o município para adesão das farmácias e capacitação dos funcionários. Vale ressaltar que o desenho do “X” na palma da mão ou em um papel é uma forma de comunicar a agressão, porém o mais importante é que a pessoa sinalize ao atendente que está precisando de apoio.
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Marcela Brainher, superintendente de Políticas para Mulheres e responsável pelo CEAM, conta que muitas mulheres não denunciam as agressões que sofrem, o que faz com que o número seja ainda menor do que a realidade e deixa um recado:
“Você farmacêutico, colabore com a gente nessa questão social, e você, mulher que está passando por isso, saiba que não está sozinha, no CEAM você tem profissionais para te atender e te acolher.”
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farmácias e funcionários estão treinados para que recebam a denúncia por parte das mulheres Divulgação
Serviço
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- Para cadastrar sua farmácia na campanha envie um e-mail para: superintendencia.mulher.sjmeriti@gmail.com 
- Polícia Militar: 190
- Centro de Atendimento à Mulher – CEAM: Rua Defensor Público Zilmar Pinaud,122, Vilar dos Teles. De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Tel.: 21 2651-1198, 2662-7626 e 966 535 883 (WhatsApp).
- Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência: 180
- Disque Denúncia: 21 2253-1177
- Direitos Humanos (menores de idade e idosos): 100
- Delegacia on-line: dedic.pcivil.rj.gov.br