Puxador da Imperatriz leva Estandarte de Melhor Intérprete

Por Flipar

Nascido no bairro da Corcundinha, passou a maior parte da juventude no Engenho Novo, para onde se mudou com seus pais. Ao ser levado para a Mangueira por um amigo, se apaixonou pela agremiação.
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Ao cantar em gafieiras na capital fluminense, recebeu o apelido de Jamelão e tocou tamborim na bateria da Estação Primeira. Chegou a cantar com Francisco Alves e, numa noite, assumiu o lugar dele para cantar uma música de Herivelto Martins.
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Logo depois tornou-se cantor de samba e passou por quatro gravadoras diferentes: Odeon, Companhia Brasileira de Discos, Philips e Continental. Até que teve a oportunidade de dividir o microfone com o Xangô da Mangueira em 1949, e em 1952 assumiu sozinho, permanecendo até 2006.
Wikimedia Commons/Haroldo Palo Jr.
Conquistou 13 títulos com a Mangueira e foi estandarte de ouro de melhor intérprete em cinco oportunidades. O sexto foi com o destaque, em 1974. José Bispo Clementino dos Santos morreu em 2008, aos 95 anos, e deixou um legado, sendo para sempre a voz da verde e rosa e um dos maiores cantores do carnaval. Em 2022, foi enredo da Estação Primeira ao lado de Cartola e Delegado.
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Outro grande nome que marcou o carnaval carioca iniciou a carreira na União da Ilha do Governador. Aroldo Melodia também entoou sua voz marcante em escolas como Mocidade Independente de Padre Miguel, Acadêmicos de Santa Cruz, Unidos da Ponte e Caprichosos de Pilares.
Reprodução/canal luciano hortencio
Conhecido pelo grito famoso Segura a marimba!", foi enredo da Lins Imperial em 2003, intitulado "Segura Marimba, Aroldo Melodia Vem Aí!". Aroldo criou um forte identificação com a Ilha ao cantar vários dos maiores sambas da escola e da história do carnaval.
Wikimedia Commons/Paula Moreira
Entre eles estão "Domingo", de 1977, "O Amanhã", de 1978, e "É Hoje", de 1982, que foram eternizados e sempre são tocados em rodas de samba. Encerrou a carreira em 1996, quando sofreu um derrame cerebral que o obrigou a andar em cadeira de rodas. Dois anos depois veio a falecer, vítima de falência múltipla de órgãos.
Wikipedia/Anibal Philot
Ainda que a União da Ilha não tenha títulos, Aroldo marcou história no mundo do samba. Atualmente, seu filho, Ito Melodia, segue a carreira sempre exaltando o nome do pai.
Reprodução/canal Binho Campos - Paixão Carnaval
Quem também não está mais entre nós, porém deixou marcada sua voz no mundo do samba é Ney Vianna. Um dos mais talentosos intérpretes de samba-enredo da história do Rio, começou a cantar nos anos 60 na tradicional Em Cima da Hora, do bairro de Cavalcante.
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Ao cantar o samba ?O saber poético da literatura de cordel?, de 1973, ganhou o estandarte de ouro e se destacou, chamando a atenção da Mocidade Independente de Padre Miguel. Por lá, fez dupla com Elza Soares na condução do samba da verde e branca da Zona Oeste.
Departamento cultural/Mocidade
Ney só se afastou da Mocidade em 1984, quando teve uma passagem relâmpago pelo Império Serrano. Em 1987, ganhou o seu Estandarte de Ouro de melhor intérprete. Na época, cantou sambas emblemáticos da história da escola como "Ziriguidum 2001, Carnaval nas estrelas", de 85, e "Tupinicópolis", de 87.
Wikimedia Commons/Eurico Dantas
Na noite de 15 de outubro de 1989, durante a final da escolha do samba que contaria o enredo ?Vira, virou, a Mocidade chegou?, Ney Vianna teve um enfarte fulminante, morrendo em plena quadra. Os produtores do disco do carnaval de 1990 lhe renderam uma homenagem, colocando uma gravação antiga de seu grito de guerra, na abertura da faixa da escola. 
Wikimedia Commons/Cezar Loureiro
Depois de uma passagem pela Acadêmicos do Grande Rio, enfim, conquistou o título com a Estácio de Sá, em 1992, com um enredo sobre o modernismo brasileiro. Cinco anos depois, voltou a vencer a elite do carnaval carioca, desta vez com a Unidos do Viradouro, logo em sua estreia, com o enredo "Trevas, luz, a explosão do universo", de Joãosinho 30.
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Ficou na escola de Niterói por onze anos, marcando seu nome na agremiação. Depois de sua saída, teve passagens por Inocentes de Belford Roxo, novamente na Estácio, Imperatriz e na Viradouro dando o grito de guerra com Zé Paulo Sierra. Seu estilo limpo e único de cantar chamava a atenção, mas veio a falecer em 2021 por causa de uma hemorragia cerebral.
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Nego, por sua vez, começou a carreira como apoio do irmão na Beija-Flor em 1981, quando também foi ganhador do samba-enredo junto com Dicró, Picolé e Neguinho. Em 1983, Nego e Neguinho venceram novamente com o enredo "A grande constelação das estrelas negras" (enredo de Joãozinho Trinta), quando a escola de Nilópolis foi campeã pela quinta vez.
Reprodução/O Melhor dos Sambas Enredos
Em 1985, fez um teste na Unidos da Tijuca com 48 pessoas, onde foi escolhido cantor oficial da escola. No ano de 1986, iniciou a carreira como intérprete oficial com o samba "Cama, mesa e banho de gato", enquanto em 1991 ganhou seu primeiro estandarte de ouro, com o enredo "Tá na mesa Brasil".
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Com passagem por escolas como Mangueira, Império Serrano e Unidos da Tijuca, o sambista Fabio Crispiniano do Nascimento também fez história. Sobrinho foi um dos intérpretes mais emblemáticos dos anos 80 no carnaval carioca.
Reprodução/Canal Fred Soares
Desde os 16 anos, Silvinho do Pandeiro desfilava pela Portela e logo emprestou sua voz à agremiação de Oswaldo Cruz e Madureira. Foi o primeiro a ocupar o posto na centenária escola, entre entre 1969 e 1986. No ano de 1983, conquistou o Estandarte de Ouro.
Reprodução/Apoteose do Samba
Passou a defender sambas em concursos internos de diversas escolas, tais como Portela, Imperatriz e Império Serrano. Também passou por Mocidade e Acadêmicos do Salgueiro. Foi estandarte em duas oportunidades: 1989 e 1995, e foi vice campeão com a Portela, com o enredo "Gosto que me enrosco", também em 95.
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Carlinhos de Pilares foi um emblemático intérprete da irreverente Caprichosos. Foi autor do samba enredo "Moça Bonita não Paga" que levou à escola, em 1982, ao Grupo Especial. Também foi um dos autores de "E Por Falar em Saudade...", um dos maiores sambas da história da agremiação. Morreu em 2005, vítima de um câncer.
Reprodução/canal Apoteose do samba
Jackson Martins começou a carreira aos 14 anos tocando cavaquinho ao lado de Neguinho da Beija-Flor. Durante seis anos foi intérprete da Caprichosos de Pilares, porém seu jeito alegre e estilo de cantar chamava a atenção. Com um futuro promissor no mundo do carnaval, foi assassinado em 2004.
Reprodução/canal Apoteose do samba
Paulinho Mocidade iniciou a carreira como compositor da agremiação, mas logo se tornou intérprete e foi campeão em 1990 e 1991. Também teve muito destaque ao defender a Imperatriz em dois títulos no tricampeonato (2000 e 2001). É um dos compositores do samba da verde e branca de Padre Miguel para o carnaval 2024.
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Wantuir também teve passagens importantes por Unidos da Tijuca e Acadêmicos do Grande Rio, assim como no Império Serrano. Foi estandarte de ouro em 2005 e 2007 e, atualmente, retornou à escola de São Gonçalo para o carnaval de 2024. Sua filha Wictória Tavares, também é cantora e tem o acompanhado nesta trajetória. 
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E fechamos a galeria com o Quinho. Sua morte, em 3/1, aos 66 anos, deixou uma lacuna na folia de 2024. Dono de voz inconfundível, Melquisedeque Marins Marques eternizou bordões e gritos de guerra, como "Pimba, Pimba", "Ai, que lindo! Que lindo!" e "Arrepia, Salgueiro".
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