Morre a carnavalesca Rosa Magalhães, maior campeã da Sapucaí

Por Flipar

Rosa Lúcia Benedetti Magalhães nasceu no Rio de Janeiro, no dia 8 de janeiro de 1947, e foi professora, artista plástica, figurinista, cenógrafa e lendária carnavalesca brasileira. É a maior detentora de títulos na era Sambódromo, sendo campeã em 1982 (antes do Sambódromo), 1994, 1995, 1999, 2000, 2001 e 2013.
Reprodução do Instagram
Rosa era filha do escritor e acadêmico Raimundo Magalhães Júnior, integrante do júri do primeiro desfile das escolas de samba, em 1932, e imortal da Academia Brasileira de Letras, e da autora teatral Lúcia Benedetti.
Reprodução do G1
Era formada em Pintura, pela Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro e em Cenografia, pela Escola de Teatro da UniRio. Além disso, professora de Cenografia e Indumentária na Escola de Belas Artes da UFRJ e da Faculdade de Arquitetura Benett.
Reprodução de video do G1
A primeira participação da artista no Carnaval Carioca começou com o grupo que ajudou Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues em 1971, no Acadêmicos do Salgueiro, juntamente com Maria Augusta, Lícia Lacerda e Joãosinho Trinta.
Reprodução de Youtube
Logo depois, desenhou figurinos para a Beija-Flor e trabalhou na Portela. Também demonstrou seu talento em dupla com Lícia Lacerda, na criação de figurinos e alegorias para enredos desenvolvidos por Hiram Araújo.
Reprodução de Instagram
Até que em 1982, Rosa e Lícia assumiram pela primeira vez um desfile. Foi no tradicional Império Serrano, onde realizaram o famoso enredo campeão daquele ano "Bumbum Paticumbum Prugurundum".
Reprodução do Youtube
Dois anos depois, a dupla foi para a escola que marcou a carreira de Rosa, a Imperatriz Leopoldinense. Mesmo com a dificuldade da época, elas levaram a escola de Ramos ao quarto lugar, empatada com o poderoso Acadêmicos do Salgueiro que festejava a volta de Arlindo Rodrigues.
Reprodução do G1
Neste mesmo ano, ambas receberam o Estandarte de Ouro de personalidade. Entre 1985 e 1987, a dupla fez parte da comissão de carnaval da recém fundada Tradição, assinando desfiles juntamente com outros grandes nomes como Viriato Ferreira e Maria Augusta.
Reprodução Do Youtube
Em 1987, assinaram juntas o desfile da Estácio de Sá, com o clássico enredo "Tititi do sapoti". No ano seguinte, Rosa Magalhães assinou seu primeiro carnaval exclusivo, com o enredo "O boi da bode", também pela vermelho e branca. Em 1989, encerrou sua passagem pelo Leão, com "Um, dois, feijão com arroz".
Divulgação
Foi, então, que retornou ao Acadêmicos do Salgueiro, agora como carnavalesca oficial e conquistou um terceiro lugar (1990), com "Sou amigo do Rei", e o vice-campeonato, em 1991, com o enredo sobre a famosa rua do Ouvidor, no centro do Rio de Janeiro.
Reprodução do G1
De 1992 a 2009, assumiu o carnaval da Imperatriz Leopoldinense, onde ajudou a escola a conquistar cinco de seus oito campeonatos, incluindo o primeiro tri da Era Sambódromo (1999, 2000 e 2001).
Empresa Brasil de Comunicação - EBC
Na verde e branca de Ramos, Rosa realizaria carnavais inesquecíveis como "Marquês que é marquês do saçarico é freguês", quando foi vice do Salgueiro. Em 1994, carimbou seu primeiro título pela escola, com o enredo "Catarina de Médicis na corte dos Tupinambôs e Tabajeres"
Reprodução do G1
Rosa Magalhães, então, conquistou o bicampeonato pela Imperatriz, com o celebrado enredo "Mais vale um jegue que me carregue que um camelo que me derrube, lá no Ceará". além disso, foi vice no ano seguinte, 1996, com o enredo "Leopoldina, Imperatriz do Brasil"
Wigder Frota/Wikimédia Commons
Três anos depois, em 1999, voltou a erguer o troféu do carnaval carioca, novamente com a Imperatriz. Desta vez, com o enredo "Brasil mostra a sua cara em? Theatrum Rerum Naturalium Brasilie".
Reprodução Youtube
Em 2000, mais um bicampeonato, agora com o enredo "Quem descobriu o Brasil, foi seu Cabral, no dia 22 de abril, dois meses depois do carnaval". Naquele ano, todas as escolas desenvolveram temas sobre os 500 anos do descobrimento do Brasil.
Wigder Frota/Wikimédia Commons
No ano seguinte, se consagrou como a primeira carnavalesca tricampeã da era Sambódromo. Com o enredo "Cana-caiana, cana roxa, cana fita, cana preta, amarela, Pernambuco? Quero vê descê o suco, na pancada do ganzá", mostrou novamente a qualidade de seus figurinos e alegorias.
flickr Carlos Morel
Em 2008, venceu um prêmio Emmy na categoria figurino pelo trabalho na abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, os figurinos, como de costume, chamaram a atenção do mundo e mostraram todo o talento da artista, que transcendia os limites da folia. Enfim, uma verdadeira professora.
Reprodução do G1
Após 18 anos à frente dos desfiles da Imperatriz Leopoldinense, assumiu o carnaval da União da Ilha, em 2010, e conseguiu mantê-la no Grupo Especial. Em 2013, voltou a ser campeã do carnaval carioca, agora com a Unidos de Vila Isabel, com o enredo "A Vila canta o Brasil celeiro do mundo - água no feijão que chegou mais um..."
Wigder Frota/Wikimédia Commons
Rosa foi responsável pela Cerimônia de Encerramento das Olimpíadas de 2016, disputada no Rio de Janeiro. O evento celebrou a cultura popular brasileira: samba, forró e frevo.
Reprodução de vídeo TV Globo
Rosa também teve uma rápida passagem pela Mangueira, com o oitavo lugar, em 2014. Em seguida, passou três anos à frente da São Clemente e fez um enredo em homenagem ao eterno carnavalesco Fernando Pamplona.
Reprodução de video do G1
Para o carnaval de 2018, Rosa foi contratada pela Portela, onde desenvolveu o enredo "De repente de lá pra cá e dirrepente daqui pra lá", que pretende contar a história de judeus e europeus que se estabeleceram na cidade do Recife (PE). Em 2019, desenvolveu o enredo sobre Clara Nunes.
Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil
No carnaval de 2020, comemorou os 50 anos de sua trajetória no carnaval. Nesse mesmo ano, ela retornou à Estácio de Sá, quando desenvolveu um enredo que falava sobre Pedras, mas a escola foi rebaixada. Em 2021, voltou a Imperatriz, onde desenvolveu um enredo sobre o saudoso carnavalesco Arlindo Rodrigues.
Reprodução de TV Globo
Para o carnaval de 2023, Rosa foi anunciada como carnavalesca do Paraíso do Tuiuti, ao lado de João Vitor Araújo. Por lá, desenvolveu o enredo "Mogangueiro da Cara Preta", sobre os búfalos da Ilha de Marajó. 
-Flickr Rio Carnaval
No dia 25 de julho de 2024, a carnavalesca Rosa Magalhães morreu, aos 77 anos, vítima de um infarto. Várias escolas e artistas prestaram homenagem à eterna professora, que deixou um imenso legado no maior espetáculo da terra, o carnaval carioca.
Reprodução de Redes Sociais

Veja mais Top Stories