Unidos de Vila Isabel escolhe samba para o Carnaval de 2025

Por Flipar

Em 2024, a Vila ficou em 6º lugar e voltou ao desfile das campeãs, com a reedição de "Gbala - Viagem ao Templo da Criação", enredo do Carnaval de 1993, de Martinho da Vila.
Alex Ferro | Riotur
A Unidos de Vila Isabel é uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro. Atualmente, está sediada no Boulevard 28 de Setembro, no bairro de mesmo nome, e foi campeã do Grupo Especial do Carnaval em 1988, 2006 e 2013.
Domínio Público
Em seu brasão, há a coroa da Princesa Isabel onde figuram, na parte de cima, um resplendor com uma fita azul e as iniciais da agremiação (GRESUVI). Na parte de baixo, uma clave de sol, um pandeiro e a pena de Noel Rosa.
Domínio Público
Em 1945, Seu China se mudou para o Morro dos Macacos e entrou em contato com o carnaval de Vila Isabel. Ele, então, achava que o bairro de Noel Rosa merecia ter uma escola de samba e, em 1946, se reuniu com os componentes do Acadêmicos da Vila, que aceitaram a ideia de fundar uma agremiação.
Agência Brasil/Tata Barreto
A Unidos de Vila Isabel foi fundada em 4 de abril de 1946, no quintal da casa de Seu China, na Rua Senador Nabuco, número 248, casa 3, na subida do Morro dos Macacos, onde funcionou a primeira sede da agremiação.
Wikimedia Commons/Junius
Uma das figuras mais conhecidas da escola é, sem dúvida, Martinho da Vila. Sua entrada na agremiação aconteceu em 1965, quando fazia parte da Escola de Samba Aprendizes da Boca do Mato e já estava partindo para o Império Serrano, quando surgiu o convite para integrar a ala de compositores da Vila Isabel.
Divulgação Liesa
Antes de Kizomba, a Unidos de Vila Isabel foi vice-campeã em 1980, com o enredo "Sonho de um sonho", em um célebre samba composto por Martinho da Vila. Com Max Lopes, ficou em terceiro, em 1985, com o enredo "Parece Até que Foi Ontem" e em quinto, em 1987, com "Raízes".
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No Grupo Especial, a Vila Isabel conquistou seu primeiro campeonato em 1988, com o enredo "Kizomba, a festa da raça". O desfile marcou a passarela do samba, por abusar de materiais alternativos, como a palha e sisal, e pela garra dos componentes da escola.
Igmann Phill /Wikimédia Commons
Para muitos, Kizomba é um dos maiores desfiles e sambas da história do Carnaval carioca. Infelizmente, devido a um grave temporal, que deixou a cidade do Rio de Janeiro em estado de calamidade pública, o Desfile das Campeãs não foi realizado em 1988.
Youtube Canal Olimpics Encerramento das Olimpiadas de 2016
Após a vitória no ano de 1988, a escola ainda conseguiu uma boa colocação com "Direito é Direito", em 1989 (4º lugar). Nesse ano, foi marcante a comissão de frente formada por mulheres grávidas.
Reprodução/Youtube
Ao longo dos anos 90, a Vila Isabel teve um desempenho irregular, bem longe da disputa do título. Em 2000, então, a agremiação amargou a 13ª colocação, com o rebaixamento. O retorno só aconteceu com o título do Acesso, em 2004, com um enredo sobre a cidade de Paraty.
flickr Rodrigo Propósito
No ano seguinte, teve Joãosinho Trinta, que vítima de um derrame cerebral não pôde continuar os trabalhos. A Vila, então, trouxe um enredo sobre navios (10ª colocação). Em 2006, a agremiação levou para a avenida o enredo "Soy loco por ti América - A vila canta a latinidade", de Alexandre Louzada, e conseguiu seu segundo título.
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Em 2009, o carnavalesco Paulo Barros, em parceria com Alex de Souza, desenvolveu o enredo sobre o centenário do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ficando na 4ª colocação. No ano seguinte, homenageou ninguém menos que Noel Rosa, com samba de Martinho da Vila, e repetiu o desempenho (ao ficar em quarto).
Wikimedia Commons/Wigder Frota
No entanto, foi em 2013 que a Vila Isabel voltou a figurar no topo da tabela. A agremiação homenageou o agricultor com o enredo "A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo - Água no feijão que chegou mais um". e se consagrou, com um samba extremamente popular.
Wigder Frota/Wikimédia Commons
Depois de novas passagens de Alex de Souza e Paulo Barros na escola e problemas políticos, a Vila decidiu homenagear Martinho da Vila, sob a batuta do carnavalesco Edson Pereira. O desfile só aconteceu em abril de 2022 por causa da covid-19, e a escola ficou com o quarto lugar. O cantor desfilou na comissão de frente.
Thiago Lara/Riotur
Em junho de 2022, Luiz Guimarães, filho do Capitão Guimarães, assumiu a presidência da Vila, aos 24 anos de idade, se tornando o dirigente mais novo a assumir uma escola de samba. No ano seguinte, com um enredo sobre festas religiosas, Paulo Barros surpreendeu com uma alegoria sobre o São Jorge, muito premiada.
Flickr/Serginho Bittencourt
A Vila apostou na reedição, mas não obteve um resultado satisfatório ao ficar somente em sexto. Para 2025, a escola segue firme na busca pelo tetra e terá um enredo mais leve, para Paulo Barros usar e abusar da criatividade e tentar surpreender o público e os jurados.
Rafael Catarcione/Prefeitura do Rio

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