Empresária leva culinária baiana para a Inglaterra e fatura R$ 2,5 milhões
Por Flipar
Dessa forma, o negócio traz pratos como acarajé e vatapá em seu cardápio, que despertam a curiosidade dos moradores das proximidades das duas unidades: localizadas em Manchester e Londres. Além disso, opera com serviço de delivery e exportação de pratos típicos para países como Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
Instagram @littlepieceofbahia
?Os europeus estão cansados de churrasco, querem experimentar a verdadeira comida baiana?, afirma Camila Vargas. ?Nós entregamos em todo o Reino Unido através da DHL. Nosso slogan é: ?Se você não for à Bahia, a Bahia vai até você?. Não importa onde a pessoa esteja, nós chegamos lá.?, disse.
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O negócio surgiu com Maria do Carmo Vargas, mãe de Camila, que em 1989 deixou Salvador e se mudou para Curitiba. Por lá, fundou o Pedacinho da Bahia, uma barraca de comida baiana, com foco no tradicional acarajé, ligado à cultura religiosa afro-brasileira, sendo uma oferenda ao orixá Oyá.
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Ela foi pioneira na venda de comida baiana em feiras de Curitiba, especialmente na Praça General Osório. Camila, então, passou por um episódio de racismo quando cursava jornalismo.
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Incentivada pela mãe, mudou-se para Londres em 2005, onde aprimorou seu inglês e concluiu duas graduações. Na Europa, construiu uma carreira no setor de serviços e moda, mas, durante a pandemia, sua mãe foi diagnosticada com câncer. Sua mãe fez um último pedido: que Camila continuasse o legado da família e passasse a vender acarajé.
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?Minha mãe me preparou para isso seis meses antes de falecer. Eu era a única das cinco filhas que nunca havia trabalhado na empresa, mas ela me disse que era a minha vez de honrar nossa cultura?, relembrou Camila.
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Atualmente, o Little Piece of Bahia não é apenas um restaurante, mas um grupo de empresas com unidades físicas e itinerantes que participam de feiras de rua em várias cidades do Reino Unido. Em 2023, a unidade de Londres alcançou um faturamento de £400 mil (aproximadamente R$2,5 milhões), enquanto o serviço de delivery realizou mais de 2 mil pedidos.
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?Minha mãe levou a Bahia ao sul do Brasil. A minha história se repete, só que em outro continente. A gente tem a miscigenação de várias culturas e o Brasil começou na Bahia. Então virou uma questão de honra levantar a bandeira da minha cidade e do meu estado de origem. Eu vendo cultura através da minha cozinha?, frisou.
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Camila Vargas vê seu trabalho como uma expansão do legado de Maria do Carmo, não apenas introduzindo a culinária baiana no Reino Unido, mas também promovendo a rica cultura e tradição da Bahia. Veja nas próximas imagens um pouco da culinária baiana.
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O acarajé é uma especialidade gastronômica das culinárias africana e afro-brasileira. Trata-se de um bolinho feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, e frito em azeite de dendê. Um dos pratos mais populares da Bahia, sendo um patrimônio cultural imaterial do Brasil.
Vatapá é um prato típico da culinária afro-brasileira. O seu preparo pode incluir pão molhado ou farinha de rosca, fubá, gengibre, pimenta-malagueta, amendoim, cravo, castanha de caju, leite desnatado, azeite de oliva, cebola, alho e tomate.
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Sarapatel é uma designação comum de diversas iguarias preparadas com vísceras de porco, cabrito ou borrego. Nascido no Alto Alentejo, em Portugal, ele foi adaptado no Brasil e na culinária indo-portuguesa de Goa, Damão e Diu, outrora pertencentes ao Estado Português da Índia.
Reprodução de Youtube
A moqueca é um cozido, geralmente de peixe, típico da culinária brasileira e da culinária angolana. No Brasil, é um prato típico dos estados do Pará, da Bahia e do Espírito Santo. Pode ser preparada com peixe, mariscos, crustáceos, galinha ou ovos de galinha.
Moqueca Baiana - Baiana Camila fatura milhões vendendo quitutes típicos da bahia - Instagram @littlepieceofbahia
A principal diferença entre os pratos do Espírito Santo e da Bahia é que os baianos não abrem mão do leite de coco, pimentão e do azeite de dendê. Já os capixabas não contam com os três ingredientes e costumam ter tintura de urucum, peixe, gotas de limão, tomate, cebola, coentro e azeite.
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Abará é um bolinho de feijão-fradinho moído cozido em banho-maria embrulhado em folha de bananeira. É um prato típico da culinária africana e da cozinha baiana. Também faz parte da rituais do candomblé.
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Bobó de camarão é um prato da culinária afro-brasileira. De consistência cremosa, é feito com camarões refogados em temperos verdes e leite de coco, misturados no purê de macaxeira e mais azeite de dendê, gengibre e camarões secos.
Imagem de Mauro Segura por Pixabay
O Bobó de camarão é servido acompanhado de arroz branco, mas também pode ser servido com pirão. Assim, o prato faz enorme sucesso na culinária baiana, uma das mais queridas do Brasil.
Divulgação
O caruru é um cozido de quiabos ou carurus, que costuma ser servido acompanhado de acarajé ou abará, pedaços de carne, frango ou peixe, camarões secos, azeite de dendê e pimenta.
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Mungunzá é uma iguaria doce feita de grãos de milho-branco inteiros, cozidos em um caldo contendo leite de coco ou de vaca, açúcar, canela em pó ou casca e cravo-da-índia.
Leo Rey/Wikimédia Commons
Xinxim é prato da culinária baiana que consiste em algum tipo de carne temperada com sal, alho e cebola ralados e refogada em azeite de dendê com camarão seco, amendoim e castanha de caju.
Reprodução de Youtube
Cocada é um doce à base de coco, tradicional em várias regiões do mundo, especialmente na América Latina e em Angola. Existem variantes quanto a receita aplicada em diferentes países, como a utilização de gemas, leite, leite condensado, rapadura, amendoim, leite de coco e coco ralado queimado.