Islândia tem resultados ‘promissores’ com jornada de trabalho menor, diz estudo

Por Flipar

Boa parte dos moradores da Islândia, país com cerca de 400 mil habitantes, trabalham em um regime de até 36 horas semanais. Assim, é possível que um cidadão tenha uma sexta-feira de trabalho mais curta, de apenas 4 horas, por exemplo - desde que faça 8 horas diárias de segunda a quinta. O modelo flexível também permite que se tire um dia útil inteiro de folga a cada duas semanas, por horas excedentes acumuladas nos dias anteriores.
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Em 2015, a Islândia testou reduzir a jornada de trabalho sem mexer nos salários de funcionários públicos do governo federal e da Câmara Municipal de Reykjavik, capital do país. Estudo publicado seis anos depois demonstrou que houve uma melhora na prestação de serviços e produtividade. Além disso, o bem-estar dos empregados aumentou consideravelmente, com ganhos emocionais e na vida pessoal.
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No entanto, o estudo, publicado pelo instituto The Autonomy, do Reino Unido, pondera que nem todos os empregados islandeses conseguiram diminuir o tempo de trabalho. Entre os anos de 2021 e 2022, 36% trabalhavam mais de 41 horas. Apesar disso, o panorama foi definido como promissor pelos avaliadores.
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A adoção de uma jornada de trabalho reduzida para 4 dias por semana tem ganhado popularidade em vários países, mas parece que nem todos se adaptaram ao novo esquema.
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No Japão, o tema é discutido desde 2021, mas enfrenta dificuldades, não por parte do governo ou empresas, mas dos próprios trabalhadores, que resistem à ideia.
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Isso porque, apesar de 85% das empresas no Japão garantirem dois dias de folga por semana e limitarem horas extras, muitos funcionários realizam horas extras não remuneradas.
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Nesse caso, é possível que a resistência aos 4 dias de trabalho no Japão esteja relacionada ao desejo de manter os chefes satisfeitos e, assim, evitar riscos de demissão.
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Na Bélgica, o programa também não deu certo. Porém, o modelo adotado pelo país europeu foi um pouco diferente da proposta inicial.
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Vale lembrar que, em muitos países, é lei o funcionário trabalhar no máximo 8 horas por dia. O caso da Bélgica, com 10 horas diárias, tende a apresentar estresse e falta de produtividade após muitas horas trabalhando.
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Nessa modalidade, os profissionais recebiam 100% do salário trabalhando 80% do tempo, comprometendo-se a manter 100% de produtividade, em um modelo conhecido como 100-80-100.
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Empresas de diferentes segmentos, como educação, bancos, tecnologia, recursos humanos e varejo, aderiram voluntariamente aos testes, e a média de receita das companhias cresceu até 35% na comparação com o mesmo período dos anos anteriores.
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Além disso, o modelo de quatro dias por semana contribuiu para reter talentos, reduzindo o número de profissionais que deixaram as empresas em 57%.
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Entre os funcionários, 90% afirmaram que desejam continuar trabalhando nesse formato, e 15% afirmaram que nenhuma quantidade de dinheiro seria suficiente para aceitar um próximo trabalho com cinco dias de trabalho.
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O relatório também destacou os benefícios à saúde dos trabalhadores, incluindo a redução do estresse crônico e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
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Escócia: O país britânico ainda está em fase de testes da jornada de quatro dias de trabalho. As empresas que participam do projeto recebem um apoio do governo de cerca de 10 milhões de libras esterlinas.
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Itália: O governo italiano anunciou recentemente que pretende testar o projeto no país. O ministro das Empresas e do ?Made in Italy?, Adolfo Urso, declarou que ?já está disposto a refletir sobre o assunto?, desde que a política gere um aumento na produtividade.
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Portugal: O país tinha planos de testar o projeto no segundo semestre de 2023. Ao menos 90 empresas portuguesas já se inscreveram para participar do teste.
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Por mais que a semana de quatro dias ainda enfrente barreiras, a ideia já é uma tendência que pode transformar o futuro do trabalho.
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