Estado com menor litoral no Brasil é o preferido das tartarugas marinhas
Por Flipar
Embora tenha apenas 66 km, espremido entre duas áreas muito badaladas para o turismo (os famosos Lençóis, uma área de dunas no Maranhão, e a Praia de Jericoacoara, no Ceará), o Piauí atrai uma multidão de tartarugas gêmeas que chegam para a desova.
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A tartaruga-oliva é uma das menores espécies de tartaruga-marinha. Tem cerca de 60 centímetros de comprimento e pesa menos de 50 quilos. Seu nome se deve à cor de azeitona da sua carapaça em forma de coração.
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As tartarugas montam seus ninhos e colocam os ovos na areia. As tartaruguinhas nascem entre setembro e março para deleite de pessoas que acompanham esse espetáculo.
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Alguns ninhos acabam ficando perto de bares montados na areia e bastante movimentados. Por isso, um isolamento é feito para a proteção dos ovos até o nascimento dos filhotes.
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São espécies que migram de longe para desovar em municípios costeiros do Piauí. Elas chegam de locais frios e distantes em busca de praias tropicais. E formam ninhos na areia.
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As praias piauienses estão na rota das tartarugas, que todos os anos proporcionam um espetáculo da Natureza aos banhistas e comerciantes da região.
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Uma das cidades costeiras mais procuradas no Piauí é Luís Correia, de 30 mil habitantes. Suas praias recebem muitos turistas e, nos meses de dezembro e janeiro, se tornam berçário de tartaruguinhas.
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Quando as tartarugas nascem, elas vão percorrendo a areia em direção ao mar. Um movimento que atrai o olhar pela singeleza e que encanta os visitantes.
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Mas há um problema. É que, além de caminhar e se banhar, turistas usam carros e motos para se divertir na faixa de areia das praias. E ocorrem casos de atropelamento das tartaruguinhas.
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Pesquisadores do Instituto Tartaruga do Delta costumam visitar o local para monitorar os ninhos, acompanhar a eclosão dos ovos e tentar evitar acidentes na caminhada das tartarugas até a água.
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A prefeitura de Luís Correia informou que uma portaria municipal proíbe o trânsito de veículos na praia e que existe fiscalização, com ajuda do ICMBio e da Polícia Militar. Mas, ainda assim, pessoas aproveitam os períodos sem fiscais para burlar as normas.
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O Instituto Tartaruga do Delta destaca que, entre as espécies no local, a tartaruga-de-couro também vem ao Brasil, mais especificamente ao Piauí, para a desova.
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Segundo os pesquisadores, essa espécie - que vem nadando desde o Canadá até o Brasil - é ameaçada de extinção.
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Neste ano de 2024 uma tartaruga-de-couro recebeu até um chip para que estudos possam ser feitos sobre o seu percurso.
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A tartaruga-de-couro é a maior espécie de tartaruga que existe. Ela pode ter até 2,2 metros de comprimento e pode chegar a 700 quilos.
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Seu nome se deve à sua aparência, que tem uma textura de couro. Essa tartaruga tem crânio forte, cabeça parcialmente retrátil e garras reduzidas.
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As extremidades da tartaruga-de-couro são em forma de nadadeira e a espécie pode atingir uma velocidade de até 35 km/h no oceano.
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O acasalamento ocorre no mar e os machos nunca saem da água. As fêmeas é que vêm à areia da praia para colocar os ninhos.
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Uma curiosidade - que tem a ver com o equilíbrio das espécies na cadeia alimentar - é que a tartaruga-de-couro é uma grande predadora de águas-vivas.
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As águas-vivas têm causado preocupação em trechos do litoral brasileiro por causa de ataques a banhistas. Recentemente, casos ocorreram em praias no Rio Grande do Sul, gerando alertas das autoridades.