Fóssil de vaga-lume da época dos dinossauros é descoberto em Mianmar

Por Flipar

Eles, portanto, acreditam que os vaga-lumes tenham evoluído sua bioluminescência aérea. Ou seja, a habilidade de brilhar enquanto voam, há pelo menos 100 milhões de anos.
Cai et al./Biological Sciences
No entanto, a análise da primeira espécie de vaga-lume do Mesozóico já encontrada, em 2015, não foi tão simples. Afinal, os fósseis do inseto complicam estudos mais profundos sobre as procedências deste animal.
Cai et al./Biological Sciences
A nova espécie foi nomeada de Flammarionella heihakuni e descrita na revista científica Biological Sciences no mês de setembro. O nome foi uma homenagem ao astrônomo francês Camille Flammarion e ao colecionador amador Haikun He, que doou diversos espécimes preservados em âmbar aos cientistas.
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No primeiro momento, o inseto enganou os cientistas, já que suas antenas são serradas, como os besouros Elateridae modernos, conhecidos pelos sons de clique que produzem. Com uma análise mais profunda, chegou-se à conclusão que eles possuíam o órgão abdominal responsável por produzir o brilho dos vaga-lumes.
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?O fóssil ajuda a preencher lacunas na compreensão da história evolutiva dos besouros lampyroides [família de besouros à qual pertencem os vaga-lumes] e mostra que características importantes, como órgãos abdominais leves, permaneceram consistentes desde meados do Cretáceo?, disse Chenyang Cai, principal autor do estudo.
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Acredita-se que a nova espécie seja da subfamília de vaga-lumes Luciolinae, que inclui 450 espécies ainda vivas, já que o órgão produtor de luz fica em seu abdômen.
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A diferença é que nenhuma das espécies vivas possui antenas serradas, ao contrário da extinta. Acredita-se que a característica variava de acordo com o sexo do inseto, sendo que o exemplo encontrado era de uma fêmea.
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Dessa forma, vaga-lume ou pirilampo são denominações comuns de insetos coleópteros das famílias Elateridae, Phengodidae ou Lampyridae, dotados por suas emissões de luz bioluminescente.
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Assim, suas larvas alimentam-se principalmente de vegetais e outros insetos menores. Além disso, há espécies com hábitos terrícolas, que roem raízes e base do caule de plantas.
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Uma das espécies mais comuns na Europa é a Lampyris noctiluca, na qual apenas os machos são alados. As suas larvas são predadoras vorazes de caracóis e, por isso, consideradas amigas dos agricultores.
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Os órgãos bioluminescentes do pirilampo localizam-se na parte inferior dos segmentos abdominais. A luciferina é oxidada pelo oxigênio nuclear, com mediação da enzima luciferase. Algo que resulta em oxiluciferina que perde energia, fazendo assim o inseto emitir luz.
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As fêmeas produzem a luz para atrair parceiros, mas tem uma desvantagem. A sua própria luminosidade pode também atrair predadores, como a lagartixa.
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Especificamente no Brasil, concentra-se 25% das duas mil espécies de vaga-lumes do mundo. A Mata Atlântica é um dos ecossistemas que possui o maior número desses animais.
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Os vaga-lumes adultos medem entre cinco e vinte e cinco milímetros de comprimento, tendo o corpo achatado. A coloração varia entre o marrom-escuro, preto, alaranjado e amarelo.
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Desse modo, os machos apresentam asas, enquanto as fêmeas possuem asas pequenas ou não possuem. Eles também contam com três pares de pernas.
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Os vaga-lumes habitam tanto regiões tropicais quanto temperadas. De maneira geral, eles preferem áreas quentes e úmidas, sendo apenas algumas espécies encontradas em regiões secas.
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Os vaga-lumes, geralmente, comem lesmas, caracóis e minhocas. Algumas espécies consomem pólen ou néctar, enquanto somente alguns representantes são predadores, podendo também realizar o canibalismo, quando as fêmeas consomem os machos.
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Esses insetos se reproduzem por meio da deposição dos ovos, feita pelas fêmeas. Quando eles eclodem, pequenas larvas achatadas surgem e também produzem bioluminescência.
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No primeiro momento da vida, elas vivem no chão e se alimentam de caracóis e lesmas, injetando um fluido dentro do corpo da presa para fazer a pré-digestão antes do consumo.
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Em solo brasileiro, há o projeto ?Vaga-lumes da Mata Atlântica ? Biodiversidade e uso como bioindicadores?. Um ecossistema que visa catalogar a biodiversidade desses insetos na Mata Atlântica de São Paulo e avaliar o uso deles como indicadores da qualidade ambiental de áreas palustres e ribeirinhas.
Reprodução do Youtube
Sobre as famílias deste inseto, existem os elaterídeos (Elateridae), também chamados salta-martins ou besouros tec-tec. Eles apresentam cor variante, do castanho escuro ao marrom avermelhado. Na parte anterior do tórax, duas manchas que, quando apagadas, têm coloração alaranjada.
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Algumas espécies de fengodídeos (Phengodidae) emitem luz vermelha, na região da cabeça, e esverdeadas no corpo, enquanto outras emitem luz esverdeada em todo corpo. Os machos têm pontinhos luminosos em posição e número variáveis, todos no abdómen.
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Por fim, os lampirídeos (Lampyridae) têm um ciclo biológico longo. Variam de cor, do castanho-claro ou escuro ao castanho-amarelado ou avermelhado. As lanternas ficam no ventre e variam de tamanho e disposição, assim como habitam matas, campos e cerrados, preferindo os lugares úmidos e alagadiços, como os brejeiros.
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