Japoneses ‘terceirizam’ pedidos de demissão; entenda o motivo

Por Flipar

O Japão vive uma escassez de mão de obra, o que explica o aumento de casos de trabalhadores dispostos a trocar de emprego. O cenário deve-se à diminuição populacional dos últimos anos.
Marcellinus Jerricho por Pixabay
O Ministério do Interior do Japão divulgou em 25/7/2024 que a população diminuiu em 861 mil em 2023, chegando a 121,6 milhões de pessoas. A queda de 0,7% em relação a 2022 foi a maior no país desde que o começo dos registros em 1968. A diminuição do número de japoneses ocorreu pelo 15º ano consecutivo.
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A sociedade japonesa, tradicionalmente avessa à imigração, começa a perceber que os estrangeiros formam um grupo importante para surprir necessidades no país.
reprodução tv globo
Exemplo disso ocorre na cidade de Oizumi, que fica a duas horas de trem de Tóquio. Dos 42 mil habitantes, um quinto chegou do exterior. A prefeitura (foto) mantém a cidade focada na integração das nacionalidades. A estação de trem tem placas em português, espanhol, inglês, coreano e chinês, além do japonês.
Abasaa domínio público
Com o declínio populacional, o governo japonês tem feito esforços para incentivar os casais a terem filhos. Há subsídios governamentais para as mulheres grávidas, além de auxílios com educação e saúde. E o governo também estimula aplicativos de namoro.
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Com a queda no número de habitantes, o Japão também registrou o número recorde de nove milhões de casas abandonadas. No país asiático, essas residências desocupadas são denominadas de ?akiya?, termo que se referia às construções em áreas rurais.
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De acordo com dados do Ministério de Assuntos Internos e Comunicação do Japão, 14% dos imóveis residenciais do país estão "às moscas".
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Cada vez mais são encontradas ?akiya? em grandes centros urbanos japoneses, inclusive na própria capital Tóquio.
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?Não é um problema de construir muitas casas, mas de não ter gente suficiente mesmo. Esse é um sintoma do declínio populacional do Japão?, destacou à CNN Jeffrey Hall, professor da Universidade Kanda de Estudos Internacionals, na província de Chiba.
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Por tradição, as "akiya" costumam ser herdadas e isso explica parte do problema. Com a queda nas taxas de natalidade, há muitos casos em que não há uma nova geração para receber o imóvel.
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Segundo especialistas ouvidos pela CNN, ainda há um aspecto financeiro contribuindo para essa realidade do aumento de residências abandonadas.
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Muitos proprietários optam por não modernizar os imóveis porque fica mais barato mantê-los, ainda que envelhecidos.
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Uma consequência problemática do fato de haver tantas casas abandonadas é o aumento dos riscos à segurança em situações de desastres naturais.
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Como o Japão é muito suscetível a terremotos e tsunamis, a falta de manutenção de tantos imóveis torna mais complexas as operações de resgate e reconstrução de cidades.
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Existem ainda os riscos sociais associados ao aumento de casas abandonadas para a segurança pública e preservação do meio ambiente. É um quadro que pode deteriorar a qualidade de vida nessas cidades.
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Estudiosos da Universidade de Tóquio dizem que é preciso haver políticas públicas que aproveitem os espaços ocupados por essas casas abandonadas para criar novas estruturas que tragam proveito à comunidade.
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O Ministério de Assuntos Internos do Japão divulgou relatório em julho de 2023 apontando que todas as 47 prefeituras do país (o equivalente a estados no Brasil) tiveram redução populacional no ano anterior.
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