Por diana.dantas
Não tem jeito. Se vivemos em comunidade, dar uma espiadinha no que os outros estão fazendo é quase uma obrigação (não precisa ser espionagem industrial, porque aí complica). Por isso que é bom saber o que grandes empresas estão fazendo, sempre de olho no futuro. A Intel, por exemplo, está muito empenhada no mercado de soluções vestíveis. Esse nome é estranho, porque em inglês parece mais bonito, mas ele resume, basicamente, o crescente conjunto de roupas e acessórios com acesso à rede.

Há algumas semanas, durante a CES, em Las Vegas, o CEO da Intel, Brian Krzanich, fez alguns anúncios a respeito. A empresa vai investir nada menos que US$ 300 milhões nesse segmento da indústria. E já apresentou o Curie, dispositivo do tamanho de um botão para soluções vestíveis, além de novos aplicativos para as câmeras RealSense, incluindo robôs, drones e experiências 3D. Tudo junto e misturado. Ele fez o alerta: “O surgimento de novas experiências de computação pessoal, dispositivos inteligentes e conectados e a revolução dos vestíveis estão redefinindo o relacionamento entre os consumidores e a tecnologia”, disse Brian.
Redefinir o relacionamento, aqui, significa deixar de lado o hábito de pensar a computação como uma ‘coisa’ na qual é imprescindível o uso de teclado, mouse, monitores. Essa época já foi. A tecnologia digital é cada vez menos isso. É o que mostra o mercado das tecnologias vestíveis.
“Nosso objetivo é ajudar a resolver problemas reais e habilitar experiências desejadas por pessoas e empresas. Para que isto aconteça, precisamos fazer mais para liderar o crescimento da diversidade e a inclusão dentro da indústria de tecnologia. Mulheres e minorias com pouca representação continuarão a desempenhar um importante papel como consumidores, influenciadores, criadores e líderes”, disse o executivo.

Opa! Ó aí outro recado interessante. O sujeito pode achar que é minoria, pode sentir-se discriminado etc e tal, mas sempre será consumidor. E é isso o que importa — do ponto de vista do mercado, claro fique, e não vamos complicar. Pois bem.

Outra boa ideia da Intel é a Diversity in Technology. A empresa quer aumentar em sua equipe, até 2020, a fatia de representantes das mais diversas minorias, incluindo nas posições de liderança. Para isso, vai investir US$ 300 milhões na criação de um quadro de engenheiras e cientistas da computação do sexo feminino e de minorias sub-representadas. A iniciativa começa pelos EUA, mas deve se expandir.

“Sem uma força de trabalho que espelhe melhor a população, estamos perdendo oportunidades, incluindo a não compreensão e o design para nossos próprios clientes”, disse o chefão.

Tudo a ver. A experiência recente com Big Data tem mostrado quão importante é a reunião de profissionais de diferentes áreas na hora de analisar o caminhão de informações que vêm de tudo quanto é canto. Nada como ter gente diferenciada por perto.
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Leitura de bordo: muitas boas ideias
Já comecei a fazer a arrumação de fim de ano. Talvez dê para acabar a tempo. Encontrei perdido aqui um livro bem interessante que, como tantos outros da área de negócios, pode provocar insights para quem está preocupado com o mercado de tecnologia aqui no país. Aliás, tirando meia dúzia, me parece que, nessa área, todo mundo está em busca de novos caminhos de sobrevivência. O mar, como se sabe, não está para peixe.
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Daí que encontrei, por exemplo, “A arte dos negócios” (Zahar Ed.), que reúne centenas de citações publicadas na revista “Economist” desde o princípio dos tempos. Selecionei algumas frases que certamente servem para reflexão sobre o nosso mundo da tecnologia.

1) “Só há um patrão. O cliente. E ele pode despedir todo mundo na companhia, do presidente para baixo, simplesmente gastando seu dinheiro em algum outro lugar.” (Sam Walton).

2) “Sorte é o que acontece quando o preparo se encontra com a oportunidade” (Sêneca).

3) “Muitas grandes ideias foram perdidas porque as pessoas que as tiveram não suportavam ser alvo de risos” (Anônimo).

4) “...Mas a verdade é que ter uma ideia é a parte menos importante da criação de algo notável. É preciso que seja a ideia certa e que tenha bom gosto, mas a execução e a entrega é que são decisivas” (Sergey Brin, do Google).

5) “Um número surpreendente de inovações fracassa não em razão de alguma falha tecnológica fatal ou porque o mercado não está preparado. Elas fracassam porque a responsabilidade de desenvolver esses negócios é entregue a administradores ou organizações cujas capacidades não estão à altura da tarefa” (Clayton Christensen).

6) “A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo” (Alan Ray, cientista da computação).
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