Leonardo Filardi, diretor da Escola 42 no Rio: aulas a partir de abril - Divulgação
Leonardo Filardi, diretor da Escola 42 no Rio: aulas a partir de abrilDivulgação
Por Bernardo Costa

Inaugurada na França em 2013, a Escola 42 chega ao Rio com o objetivo de reverter o descompasso entre vagas oferecidas no setor de tecnologia no Brasil e profissionais qualificados para ocupá-las. Segundo relatório da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), o país gera, por ano, 70 mil vagas no segmento de TI, enquanto forma apenas 45 mil pessoas na área. A Escola 42 vai se estabelecer no edifício Aqwa Corporate, na Zona Portuária, onde irá formar engenheiros de softwares em áreas como inteligência artificial, realidade aumentada, internet das coisas, aprendizado de máquinas e segurança cibernética. As inscrições para a primeira turma estão abertas, e devem ser feitas no site www.42.rio. O ensino é presencial e 100% gratuito.

"A economia do Rio está passando por um momento de resgate, e as soluções nos negócios passam necessariamente pela tecnologia. A demanda por pessoas qualificadas na área cresce exponencialmente. Em 2022, haverá no país um déficit de 750 mil vagas não preenchidas por falta de profissionais qualificados", aponta Leonardo Filardi, diretor operacional da Escola 42 no Rio.

As aulas terão duração de três a cinco anos. De acordo com Filardi, os únicos pré-requisitos para se candidatar a uma vaga na Escola 42 é ser maior de 18 anos e saber usar mouse e teclado. No momento, o processo seletivo está na primeira fase, que envolve dois testes online de lógica e memória (detalhes no quadro ao lado). Não é preciso ter conhecimento prévio em programação.

"Na Escola 42, é o próprio aluno que vai atrás do conhecimento para resolver os desafios que serão propostos nas aulas. O aprendizado é colaborativo. A plataforma propõe um problema e o aluno vai buscar a solução, na internet, ou com o colega ao lado. As tarefas são sempre realizadas em grupo", esclarece Leonardo Filardi.

Nesse modelo, a metodologia de aprendizado dispensa professor, que intervém só em último caso, e é toda baseada em técnicas de gamificação, que simulam jogos de videogame. Além do aprendizado técnico, o currículo também contempla habilidades socioemocionais.

"Trabalhamos questões como criatividade e capacidade de adaptação para formar um profissional que saiba buscar soluções para desafios reais das empresas de forma rápida. Hoje, não é a empresa mais forte que sobrevive, mas a que primeiro se adapta às transformações do mercado", esclarece.

empreendedorismo

A Escola 42 tem 18 unidades em 14 países. Segundo Leonardo Filardi, 85% dos alunos conseguem entrar no mercado de trabalho no primeiro ano de formação. No Rio, ela se estabeleceu a partir de iniciativa da Fábrica de Startups, aceleradora de negócios que também está situada no Aqwa Corporate. "A proximidade vai ajudar os alunos que querem empreender. Se essa for a trilha escolhida, a Fábrica de Startups apoia com noções de gestão", diz Filardi.

A escola também abriu unidade em São Paulo, onde o processo seletivo já está na terceira fase. Um dos candidatos é Anderson Costa, de 30 anos, que saiu do Rio para tentar uma oportunidade em São Paulo. "Decidi me profissionalizar na área e aproveitar as chances do mercado. Tenho interesse por segurança cibernética. Pode ser um segmento em que eu queira focar caso consiga a vaga", diz.

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