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Mesmo que você não tenha um centavo, pode começar a trabalhar agora mesmo na sua empresa. Ainda que a sua empresa só exista na sua cabeça. Existe uma ferramenta poderosa (e gratuita) que é usada pela maioria dos empreendedores — e por outras pessoas de sucesso também. Pelé, por exemplo, a utilizava sempre. Ninguém precisou ensinar para ele. Ele a encontrou intuitivamente. Nas noites antes dos jogos, ele deitava e ficava imaginando o que faria com a bola no dia seguinte. Visualizava as jogadas que faria, detalhadamente. Para quem ia passar a bola, que drible iria usar. Via o goleiro na sua frente, via-se ao virar o corpo para a esquerda, dar uma finta, chutar para o lado oposto. E, finalmente, via a bola deslizando, obediente, para a rede do time adversário.

Anatoly Sharansky foi um matemático judeu nascido na Rússia. Sua história é contada no livro 'Ninguém enriquece por acaso', de Jacob Pétry. Em 1977, foi preso pelo governo soviético, acusado de espionagem. Passou nove anos na prisão — mais de 400 dias na solitária. Para sobreviver à solidão, ao frio e aos maus tratos, Sharansky jogava xadrez. Não tinha tabuleiro, peças, nem luz. Jogava xadrez na sua imaginação. E, assim, conseguiu manter sua lucidez. Quando saiu da prisão, em 1996, ele se tornou ministro do governo israelense. Certo dia, Israel recebeu a visita do campeão mundial de xadrez, Gary Kasparov, e o nosso 'jogador imaginário' teve a oportunidade de jogar xadrez com o maior especialista do mundo. Adivinhe quem ganhou? Sharansky venceu a partida.

Há um caso ainda mais impressionante. Steve Jobs, o criador da Apple, visualizava tudo a seu jeito. Não adiantava os engenheiros dizerem que tal coisa era impossível. Para ele, não era. Exemplo: Jobs queria um computador sem ventilador. Ele achava aquele barulho horrível, atrapalhava a experiência do usuário. Exigia um computador completamente silencioso, uma máquina perfeita, e não um negócio com aquele zumbido. E o aquecimento da máquina? Ora, dessem um jeito. Sua visão era tão forte que os executivos da Apple diziam que ele possuía um 'campo magnético que distorcia a realidade'. E os computadores da Apple? Não têm ventilador nem zumbido. Era possível, sim.

Conto estas histórias para destacar o poder da visualização. Ela é um instrumento mágico, capaz de criar a realidade que queremos. Mas, como explica Pétry, muitas vezes nós a usamos para os fins errados. Toda preocupação, ansiedade e angústia, por exemplo, são processos de visualização que usamos ao contrário e acabam prejudicando nossa autoimagem. Imagens negativas servem para criar experiências desagradáveis, nos encaminham para o fracasso. Como o sujeito que se preocupa tanto em falhar, na hora do sexo, que acaba impotente. Preocupação é uma coisa natural. Mas o seu foco, sua atenção, deve estar concentrada nos detalhes que vão lhe conduzir ao sucesso.

Já pensou se Pelé ficasse angustiado a cada jogo, imaginando que tudo daria errado? Teria sido o mesmo jogador? Claro que não. E se Steve Jobs tivesse dado ouvido aos seus engenheiros cada vez que eles garantiam que isso ou aquilo era impossível? Ninguém está dizendo que se você fizer uma boa visualização não vão acontecer problemas. Problemas são como contas, chegam sempre. Mas o seu olhar tem que estar apontado para as soluções. Acolha o problema, dê atenção minuciosa para ele. Entenda-o como ninguém mais entende. E, então, use sua ferramenta mágica. Na sua imaginação, você pode consertar qualquer coisa. Cuide de cada detalhe, elimine os erros do processo. Assuma o controle do processo de visualização positiva e mostre do que você é capaz.

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