Por marta.valim

Com as empresas mais antigas ofuscando as startups na criação de empregos nos EUA, histórias de sucesso como as de Trevor Lynn e Xiao Wei Chen se tornarão mais raras.

Lynn, 23, é diretor de marketing da Social Tables em Washington. Ele ingressou na startup de software para o setor de hospitalidade em agosto de 2012 e agora gerencia uma equipe de 12 pessoas. Chen, 27, é diretor de operações da Homejoy em São Francisco. Ele foi o terceiro contratado na empresa de serviços de limpeza.

A geração Y, composta por aqueles que nasceram depois de 1980, pode ter mais dificuldades para subir rapidamente os degraus na carreira porque as novas empresas, que tendem a empregar mais funcionários jovens, se tornaram uma força menor do mercado de trabalho. A participação de empregos em empresas mais antigas, onde o avanço daqueles que acabaram de entrar tende a ser mais difícil, vem crescendo.

“O progresso rápido de funcionários novos e jovens é muito mais raro em empresas estabelecidas há longa data”, disse Gary Burtless, economista da Brookings Institution em Washington. “Os jovens se beneficiam quando há várias novas firmas nas quais eles podem conseguir cargos muito facilmente, e em uma nova empresa você não precisa se preocupar com a hierarquia -- não há velhos”.

Novas empresas como a Social Tables e a Homejoy tendem a empregar mais jovens, segundo um estudo de outubro de 2013 do Conselho da Reserva Federal dos EUA. Pessoas com idades entre 25 e 34 anos responderam por 28,7% das novas contratações em empresas com 1 a 5 anos de antiguidade de 1992 a 2004, contra 25,3% em empresas criadas há mais de 20 anos.

Os trabalhadores que pulam para empreendimentos jovens e promissores podem tirar vantagem de um progresso mais rápido na carreira porque podem crescer junto com a empresa.

Promoção, aumento

“Eu não acho que exista forma melhor de aprender ou de ganhar responsabilidade”, disse Lynn, em entrevista em um escritório lotado de jovens da geração Y trabalhando em laptops da Apple Inc. Formado na American University, ele recusou um emprego de analista financeiro dois anos atrás para ingressar na Social Tables. Ele foi promovido e recebeu um aumento salarial no início deste ano.

Cerca de 218.000 estabelecimentos privados foram criados por trimestre em 2013, mesmo nível visto em 2006 e que representou um recorde na década, mostram dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA. Os números não consideram os dados do primeiro trimestre, quando uma mudança na classificação causou uma oscilação artificial.

Menos contratações

Contudo, os 795.000 trabalhadores que os novos estabelecimentos somaram a suas folhas de pagamento nos últimos três meses de 2013 contrastaram com um total de quase 1 milhão por trimestre entre 2003 a 2006, segundo dados do Departamento do Trabalho. O número de empregos por novas empresas caiu para 3,6 em 2013, novamente excluindo os dados do primeiro trimestre, abaixo dos 4,3 de todo o ano de 2007 e dos quase 5 em 2003.

Ampliando a notícia ruim para as pessoas que estão começando agora, a participação de trabalhadores do setor privado em empresas mais antigas subiu nas últimas duas décadas, apontou um relatório da July Brookings, elaborado por Robert Litan e Ian Hathaway. As firmas com mais de 16 anos de antiguidade empregaram 72% de todos os trabalhadores em 2011, 60% a mais que em 1992, segundo o estudo. Elas também responderam por 34% de todas as empresas naquele ano, 23% a mais que em 1992.

Para empregadores como Jon Stein, CEO do serviço de investimento automatizado Betterment LLC, com sede em Nova York, o tipo de experiência que os trabalhadores têm nas startups é atrativo mesmo se as empresas não são bem-sucedidas, nem têm uma expansão rápida.

“Eu quase sempre optarei por alguém com experiência em uma empresa jovem em vez de alguém que tem experiência em uma grande empresa, porque nas empresas jovens aprende-se mais e também mais rapidamente”, disse Stein. “Essa pessoa terá mais responsabilidades”.

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